Jornal Correio Braziliense

Cidades

Colegas de oficial de justiça prestam depoimento nesta manhã

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Dois colegas de trabalho da oficial de Justiça Diana Soares Ribeiro da Silva, 43 anos, encontrada morta na tarde de terça-feira, prestam depoimento na manhã desta quinta-feira (26/06). O processo ainda está em andamento, mas a polícia adiantou que eles levaram informações que contestam a versão do lanterneiro Francisco Carlos do Santos, 27, de que ela pediu para ser morta.

"Esperávamos concluir o inquérito nos próximos dias, mas, com os novos depoimentos, há possibilidade das investigações se estenderem até a próxima semana" , disse o delegado titular substituto da 27; DP, Yuri Fernandes. Na parte da tarde, será a vez de vizinhos e pessoas próximas a Francisco serem ouvidos.

A funcionária do Tribunal Regional Federal (TRF) desapareceu na última sexta-feira (20/06), data em que familiares e uma amiga do trabalho registraram ocorrência na 3; Delegacia de Polícia (Cruzeiro). No sábado, o caso passou para a Polícia Federal (PF), pela suspeita de Diana ter sido vítima de uma retaliação durante o expediente ; ela entregava mandados judiciais no Gama, em Santa Maria e Valparaíso (GO). Na segunda-feira, agentes federais encontraram o carro de Diana perto da DF-001, próximo ao Gama.

Após denúncia anônima, agentes da 27; DP (Recanto das Emas) chegaram a Francisco na terça-feira, que confessou o crime e levou os policiais ao local onde estava o corpo ; um matagal perto da BR-080, logo após a divisa entre DF e Goiás (na estrada que vai para Padre Bernardo). Laudo preliminar do Instituto de Medicina Legal (IML) confirmou que Diana levou dois tiros na cabeça.

Diana foi enterrada ontem, no Campo da Esperança, Asa Sul. Cerca de 50 pessoas compareceram ao cemitério para se despedir da servidora federal, que por 20 anos trabalhou no Tribunal Regional Federal (TRF). Abalada, a família preferiu não falar com a imprensa.

Colegas de trabalho confirmaram que Diana conhecia Francisco havia aproximadamente dois anos. Segundo uma amiga, que não quis se identificar, ele trabalhava como guia de Diana em regiões como a Estrutural e o Riacho Fundo I e II. ;É comum entre os oficias contratar alguém para ajudar a achar endereços em locais de maior risco;, disse. Com a transferência da vítima para a região do Gama e Entorno, e o fim da parceria entre os dois, as ameaças teriam começado. ;Ela reclamava com alguns colegas. Pediu a transferência para se livrar de Francisco;, contou outro oficial.

Duas hipóteses
A Polícia Civil trabalha com duas linhas de investigação para esclarecer os motivos que levaram o lanterneiro a matar Diana Soares. A primeira caracteriza um homicídio qualificado, em que a servidora federal, com problemas emocionais graves, teria pedido ao algoz para lhe tirar a vida. Na outra hipótese, um latrocínio, Francisco teria assassinado Diana para ficar com o dinheiro da mulher. Segundo a assessoria de comunicação da PF, a versão de que ela teria sido vítima de uma vingança por conta do exercício da profissão foi descartada.