Os defensores de Paulo César Timponi, motorista acusado de provocar o acidente que resultou na morte de três mulheres, em outubro do ano passado na Ponte JK, encaminharam dois pedidos ao presidente do Tribunal de Júri de Brasília, João Egmont Lopes. Eles querem que os peritos responsáveis pelo laudo da colisão sejam ouvidos em juízo antes de definido o crime cometido por Timponi (homicídio com ou sem intenção de matar). Também defendem a análise comparativa do exame feito pelo Instituto de Criminalística do DF (IC) e o parecer técnico elaborado por perito contratado pela defesa.
A nova avaliação, assinada pelo perito paulista José Angelo Nadalin Peixoto, contesta várias conclusões do laudo apresentado pelo IC. A principal divergência é quanto à diferença de velocidade entre o Golf de Timponi e o Corolla das vítimas. Os técnicos brasilienses entenderam que o carro do acusado estava a 130km/h e o outro a 60km/h. Nadalin, no entanto, se baseou nos amassos provocados pela batida para apontar 17,8km/h de diferença entre as velocidades dos dois veículos.
O laudo também refuta os levantamentos sobre frenagem dos carros, dinâmica do acidente e localização dos veículos no momento da colisão. ;Houve precipitação total da polícia desde o início das investigações. Não discutimos que Timponi provocou o acidente. Mas é preciso avaliar a verdade como tudo aconteceu;, defendeu um dos advogados do acusado, Eduardo Toledo. O processo está na fase de alegações finais, etapa anterior à decisão da Justiça de mandá-lo a júri popular ou não. (GG)