Jornal Correio Braziliense

Cidades

Mês de junho começa com média de quatro incêndios por dia no DF

Desde o início do mês, 44 focos foram registrados pelos bombeiros

Apenas nos dez primeiros dias de junho, o Distrito Federal registrou 44 incêndios e queimadas - quatro a mais do que em todo o mês de maio. A marca abre a temporada de queimadas, que tem seu ápice entre julho e agosto - quando a vegetação já está bastante seca e os focos são potencializados. Em 2008, foram registrados 108 incêndios até o momento, número pequeno se comparado aos 3,5 mil casos de 2007. No mês de abril houve 24 ocorrências. Em maio, o número subiu para 40. A expectativa é que essa quantidade continue aumentando. ;Esse é somente o início do período que registramos as queimadas florestais. A tendência é que, aliando a época seca com a baixa umidade do ar, os casos sejam mais freqüentes a partir de agora;, afirma o comandante do 4º Batalhão de Incêndio Florestal, Coronel Marco Aurélio Vieira. O aumento também é impulsionado pela falta de chuvas. ;Já são 40 dias sem precipitações, o que faz desse mês um período totalmente atípico;, afirma o coronel. ;Nós estamos em alerta máximo e pedimos que a comunidade não jogue pontas de cigarro no chão nem faça fogueiras próximo a matas ciliares;, acrescenta. Os casos de maior devastação até o momento foram registrados pelo Corpo de Bombeiros em Brazlândia e no Riacho Fundo. A queimada entre Riacho Fundo I e II consumiu 10 hectares de vegetação. Já em Brazlândia foram 15 hectares queimados. ;No momento mais intenso da estiagem são registrados muitas queimadas no Brasil e a grande maioria desses focos é causado por pessoas de forma intencional ou não;, explica o pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Alberto Setzer. ;O meio ambiente não queima sozinho, é preciso uma ação da natureza como um raio ou uma faísca dos pneus de caminhões ou trens causadas pelo atrito com o trilho ou estrada;, afirma. ;Nos outros casos, a presença humana é a principal causa. E com a umidade baixa e o clima seco, a vegetação tem maior facilidade de ser consumida pelo fogo;. Com as festas juninas, aumentam também o número de fogueiras. Os organizadores devem estar atentos para não deixar brasas acesas próximas à vegetação seca. ;A forma mais segura é jogar água e terra em cima das brasas e deixar um espaço de dois metros de área limpa ao redor da fogueira para não haver risco de incêndios;, explica o Tenente Coronel Maciel Nogueira, chefe da Comunicação Social do Corpo de Bombeiros. Segurança O Tenente Coronel Maciel Nogueira explica que a primeira atitude deve ser ligar 193 e pedir ajuda. ;Temos 120 militares especificamente treinados e as pessoas devem ir para o sentido contrário ao incêndio, se afastando ao máximo. Caso haja a inalação de fumaça, a pessoa deve beber bastante água;, acrescenta.