Jornal Correio Braziliense

Cidades

Pesquisa aponta como moradores do DF encaram o homossexualismo

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Os homens brasilienses apresentam o maior índice de rejeição aos homossexuais, de acordo com uma pesquisa realizada pela ONG de direitos humanos Estruturação, divulgada nesta quinta-feira (05/06). O resultado aponta as percepções da população heterossexual da capital federal em relação aos homossexuais, bissexuais e transgêneros. Um exemplo é o fato de que 21,2% das pessoas de sexo masculino afirmaram que deixariam de se consultar com um médico ao descobrir que o profissional é gay ou bissexual. Por outro lado, apenas 9,6% das mulheres responderam sim quando perguntadas se fariam o mesmo em relação a uma médica lésbica ou bissexual. Em relação à união civil, entre pessoas do mesmo sexo - projeto que aguarda análise do plenário da Câmara dos Deputados - 33,8% dos entrevistados são a favor, 29,2% contra e 25, 6% se posicionaram indiferentes. A pesquisa foi realizada entre os dias nove de maio e três de junho deste ano. Entre os religiosos, os católicos foram os mais favoráveis à proposta, 45,9% deles concordam com a união entre pessoas do mesmo sexo. Com 48,8%, os protestantes foram os que mais se posicionaram contra. Um outro ponto polêmico foi o projeto ; PLC 122/2006 ; que considera qualquer tipo de manifestação discriminatória contra homossexuais, bissexuais e trangêneros como crime. A maioria, 67,4%, dos entrevistados se manifestaram a favor da proposta. 18,3% responderam serem contra, 7,8% são flexíveis e 6,4% indiferentes. O projeto de criminalização da homofobia está sob análise no Senado Federal. Foram entrevistadas 219 pessoas, entre 105 homens e 114 mulheres, do Plano Piloto e de 14 cidades do DF. A faixa etária dos entrevistados é de 16 a 56 anos. Convivência e preconceito A pesquisa também apontou que as pessoas que convivem com homossexuais e bissexuais na família, ou seja, têm uma relação direta, a discriminação é menor. 7,3% dos entrevistados responderam que sentem vergonha do fato. Já dos que declararam não possuir parentes homossexuais e bissexuais, 24,1%, avaliaram que se trata de vergonha para a família. ;Esses dados mostram o que realmente é o preconceito, o conceito pré-elaborado. Quanto mais as pessoas convivem com LGBT menos elas têm idéias discriminatórias. Isso também demonstra o quanto é importante para homossexuais, bissexuais e transgêneros se assumirem, avaliou o titular da Coordenação de Pesquisas do Estruturação, José Jance Marques.