postado em 04/06/2008 08:31
A Universidade de Brasília (UnB) deu início ao processo de venda de parte dos seus imóveis. O primeiro passo é um levantamento da Secretaria de Empreendimentos Imobiliários, que fica pronto na próxima semana. No estudo, os técnicos vão apresentar sugestões sobre os bens que poderão ser vendidos e a melhor forma de a universidade comercializá-los. Entre as opções estão o leilão, a permuta, ou a alienação. O dinheiro será aplicado no projeto de expansão dos câmpus ao longo deste ano. Além disso, a UnB prepara um outro estudo. Quer uma radiografia de sua carteira imobiliária. Esse levantamento é demorado e exige uma equipe técnica composta por profissionais de diferentes áreas.O decano de Administração, João Carlos Teatini, explicou que é cedo para estimar quantos imóveis serão colocados à venda e quanto se pretende arrecadar. Assim que o estudo estiver concluído, a proposta será entregue ao reitor temporário, Roberto Aguiar, e submetida ao Conselho Diretor da universidade. Caberá aos conselheiros decidir qual é a melhor alternativa. Por resolução do conselho, a Caixa Econômica Federal é a responsável pela avaliação dos bens da UnB. ;Estamos estudando a possibilidade de pedir ajuda à Caixa para decidir qual é a melhor forma de comercialização. Mas qualquer outro detalhe só na semana que vem. Ainda é prematuro fazer afirmações;, disse Teatini.
É provável que entre os apartamentos que serão colocados à venda esteja a cobertura da 310 Norte, onde morava o ex-reitor Timoty Mulholland. Teatini não confirma nem descarta a possibilidade. Mas, ao assumir o cargo, Roberto Aguiar disse que venderia a unidade ou faria um leilão. A universidade tem cerca de 2 mil imóveis, entre apartamentos funcionais e para aluguel, salas comerciais e projeções ou terrenos vazios. Na semana passada, ficou decidido que os cerca de 30 apartamento de luxo também serão vendidos ou trocados por outros mais simples, de dois ou três quartos.
A origem desse patrimônio remonta a 1961, quando o presidente João Goulart assinou a lei de criação da Fundação Universidade de Brasília (FUB). Ao definir o patrimônio da fundação, ficou estipulado que a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) doaria 12 superquadras à FUB. Com o passar dos anos, a universidade fez concorrência entre as construtoras: vencia quem oferecia a maior quantidade de apartamentos em troca do terreno.A atual gestão da universidade não pensa em mudar a forma de gestão dos bens.
A universidade planeja fazer um levantamento detalhado para descobrir qual é o estado de conservação dos imóveis de sua propriedade. ;Sabemos que alguns deles acabaram de ser construídos e sequer foram ocupados ainda. Mas existem outros com mais de 30 anos;, disse Teatini. Esse estudo será demorado e minucioso. Vai envolver profissionais de diferentes áreas da UnB, como arquitetura e engenharia. A idéia é elaborar um relatório técnico sobre a atual situação e propor diretrizes para a manutenção preventiva, o que não ocorre hoje. Segundo Teatini, os imóveis deveriam estar permanentemente bem conservados. Tarefa que caberá aos próximos administradores da UnB.
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