Jornal Correio Braziliense

Cidades

Rodoviários e empresas não chegam a acordo

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O impasse entre patrões e empregados do transporte público não tem previsão para terminar. Durante reunião nesta terça-feira (03/06) ; intermediada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) ; os empresários disseram não à proposta de redução da carga de trabalho e o reajuste salarial de 10%, apresentada pelo MPT. Eles continuam sustentando que as empresas estão no vermelho. Nesta quarta-feira (04/06) deve acontecer um novo encontro. Por enquanto, o serviço de transporte público no DF está reestabelecido.

A proposta do Ministério Público foi apresentadas pelo procurador Valdir Pereira da Silva. Atualmente, a carga de trabalho dos rodoviários é de 6h40. Com a mudança que o MPT sugere, cairia para 6h diárias. Já o reajuste de 10% seria escalonado em três vezes, a começar no mês de julho. As reivindicações iniciais dos rodoviários pediam um aumento de 20%, porém a categoria ficou satisfeita com o que foi sugerido.

O presidente do sindicato patronal, Wagner Canhedo Filho, no entanto, manteve a posição de que qualquer reajuste salarial seria impossível. ;Tivemos aumento de receita entre 18% e 20% desde o fim do transporte alternativo. Mas isso foi repassado aos rodoviários em 2007, quando demos 8% de reajuste;, alegou.

Mesmo com o argumento apresentado por Canhedo, o procurador afirmou que irá procurar a Secretaria de Transportes do DF nesta quarta-feira para buscar conhecimento da atual situação financeira das empresas. Convidado a participar do encontro, o secretário de Transportes, Alberto Fraga, não compareceu.

Paralisação


Nesta segunda-feira (02/06) a greve de ônibus atingiu milhares de pessoas, que foram obrigadas a utilizar o transporte pirata. Vans, kombis e carros de passeio transitaram livremente pelas ruas. A fiscalização não impediu o serviço clandestino. Sobrou também para o Metrô que chegou a transportar 100 mil passageiros, o dobro do normal. Mas, 24 horas depois do tumulto, na manhã desta terça-feira, o serviço voltou ao normal. A população não enfrentou dificuldades na volta para casa nesta terça (03/06).

Reivindicações iniciais


- Reajuste salarial de 20%
- Redução da carga semanal de trabalho de 40 horas para 36 horas
- Fim da cobrança por assaltos sofridos ; hoje o prejuízo é repassado para motoristas e cobradores
- Fim do pagamento da produtividade: trabalhos realizados de uma a quatro horas extras por dia e recebidos fora do contracheque

Proposta do MPT


- Reajuste salarial de 10%, escalonado em três vezes a começar em julho
- Redução de carga de trabalho de 6h40 para 6h diárias