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Falso médico que aplicou golpes no DF é preso em Goiás

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Na cidade de Tabaporã, em Mato Grosso, ele era conhecido pelo nome de Alexandre Baiolloni Álvaro Leite, conceituado médico-cirúrgico de Santa Catarina. Em Laciara, no Goiás, ele atendia pacientes no Hospital Municipal e em um consultório particular, localizado na Avenida Paranã, usando o nome e registro do médico militar Alexandre Morais Xavier, que atualmente vive em São Paulo. Além desses estados, o falso doutor também fez serviços no Distrito Federal, Tocantins, Pará, entre outros estados ainda não confirmados pela polícia. Australiamar Fernandes Ferreira, 38 anos, foi preso na terça-feira (27/05), enquanto atuava na cidade de Laciara, que fica há aproximadamente 320 km do Distrito Federal. De acordo com o titular da Delegacia de Alvorada do Norte (GO), Eduardo José do Prano, as investigações começaram há alguns meses, quando a mãe de uma vítima do falsário disse acreditar que Australiamar estava na região. A polícia, então, chegou ao nome do médico recém-chegado na cidade: Alexandre Morais. "Peguei uma receita com ele e verifiquei o registro. Depois liguei atrás do dono do nome, que estava fazendo um curso em São Paulo e afirmou ter tido o registro cancelado há alguns anos", declarou Prano. Como o médico só passava um dia por semana na cidade, os policiais esperaram a vinda, que ocorreu na terça-feira, para prendê-lo em flagrante. O delegado aguardou a saída de um paciente, pegou o atestado feito pelo falso médico e entrou no hospital. "Perguntei se ele se chamava Alexandre, ele respondeu que não. Depois questionei se era médico, ganhei a mesma resposta", disse Prano. Documentação vasta No consultório particular, a polícia apreendeu inúmeros documentos falsos. Entre eles, carteiras de identidade e de habilitação, registros de médicos de Goiás e São Paulo, registros de engenheiros de Tocantins e Pará, procurações em branco, diplomas. Além disso, com a papelada falsificada, Australiamar fez vários financiamentos e empréstimos no Banco do Brasil e Bradesco. Na ficha de Australiamar constam quatro passagens pela Polícia Federal, além de vários crimes praticados no DF e uma receptação em Tocantins. Pelos crimes de falsidade ideológica, falsificações de documentos públicos, exercício irregular de profissão e estelionato, o falso médico poderá pegar até 20 anos de prisão.