Jornal Correio Braziliense

Cidades

Manifestantes coletam mais de três mil assinaturas

Moradores querem uma lei que garanta o funcionamento do Eixão do Lazer

O domingo de sol, caminhada e corrida no Eixão cedeu espaço para a manifestação da população na manhã deste dominho. Moradores de diversas quadras, atletas e até mesmo pessoas vindas de outras regiões do Distrito Federal aproveitaram o dia de tempo bom para participar do abaixo-assinado pedindo a criação de uma lei distrital que garanta a manutenção do Eixão do Lazer. Quatro pontos de arrecadação de assinaturas foram montados na altura das quadras 106/206 e 112/212, nos lados Sul e Norte. Durante todo o dia, foram recebidas 3.031 assinaturas. O documento será entregue ao governador José Roberto Arruda dentro de 10 dias. O recolhimento das assinaturas continua até o dia do encontro com o governador. Na semana passada, Arruda decidiu manter o horário de funcionamento do Eixão do Lazer aos domingos e feriados, das 6h às 18h. "O fechamento semanal foi uma conquista necessária pelas condições da cidade. Não podemos perder isso", afirmou o advogado Hezir Espíndola Gomes Moreira, 64 anos, um dos criadores do Eixão do Lazer. Além de se manifestarem a favor do fechamento do Eixão para atividades esportivas e de lazer, os moradores também sugeriram algumas mudanças, como o aumento da segurança na pista e a inclusão de atividades que movimentem a área. "Nos anos 1980, o Eixão era dinâmico. Várias federações armavam barracas e era possível jogar vôlei ou basquete se quisessem. Mas com o tempo, o Eixão virou apenas pista de caminhada e corrida", acrescentou Moreira. Ver o Eixão com mais opções de atividades para a população como ocorreu no passado empolga os moradores. "Cresci em Brasília e lembro até de pára-quedistas na via. Ele é uma opção não apenas para quem mora nas asas Sul e Norte, porque os parques vivem cheios", afirmou o servidor público Jorge Augusto Corrêa Minuzzi, 30 anos. Ontem, ele aproveitou o dia com filho Pedro, 2 anos, e parentes, entre eles o também servidor público Jean Minuzzi, 28, morador do Sudoeste. "Eu prefiro andar no Eixão e faço isso todos os finais de semana", disse. Os 18km do Eixo Rodoviário recebem cerca de cinco mil pessoas a cada domingo ou feriado, quando se torna território exclusivo de pedestres. A rodovia é uma das três principais vias urbanas do DF e a terceira mais perigosa, perdendo apenas para a DF-003 (Estrada Parque Indústria e Abastecimento ; EPIA) e a DF-001 (Estrada Parque Contorno). Equipes médicas Apesar de escolherem a pista para suas atividades, muitos moradores acreditam que pequenas iniciativas poderiam melhorar o lazer, como a presença de equipes médicas ou ambulâncias para primeiros socorros. Eles também chamam a atenção para a falta segurança ao longo da pista. "É um tipo de lazer institivo, mas falta apoio para melhorá-lo", afirmou Ronaldo Alves, um dos integrantes da ONG Rodas da Paz e do Pedal Noturno. Na avaliação de Ronaldo, as sugestões dadas pelos moradores demonstra a vontade da população de responder a enquetes e de participar dos rumos da cidade e que o maior mérito do Eixão é a oportunidade de diversão para todos. "O mais legal é a democracia que ele representa", comentou. O produtor de eventos Luiz Calgaro, 39 anos, também esteve no Eixão com a mulher, Marta Angélica, 30, e as filhas, Giovana, 6, e Maria Luíza, 8. Ele lembrou que as opções de parques não suprem a necessidade de manutenção do Eixão do Lazer. O Parque Olhos D;Água, na 413 Norte, não permite o uso de patins, skates e bicicletas. Já o Parque da Cidade tem um fluxo muito grande de visitantes, sendo descartado por muito pais que preferem levar os filhos para lugares mais tranqüilos.