Jornal Correio Braziliense

Cidades

GDF define linha de crédito para consolidar Shopping Popular

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O Banco de Brasília (BRB) financiará a construção dos boxes do Shopping Popular, inaugurado na última segunda-feira. A linha de crédito integra o pacote de medidas definidas ontem, pelo Governo do Distrito Federal (GDF), para consolidar o novo centro comercial. Entre as ações estão ainda o aumento de paradas de ônibus nas proximidades do shopping, a criação de linhas de ônibus para o local, além da realização de uma campanha publicitária para estimular os consumidores. As medidas foram anunciadas durante reunião entre o secretário de Governo, José Humberto Pires, e o presidente da Associação dos Vendedores Ambulantes do Shopping Popular, Caio Donato. No encontro, o representante dos camelôs pediu ao governo um prazo de 70 dias para que os ambulantes pudessem continuar trabalhando no Plano Piloto, mas o pedido foi negado. ;O governo tentou nos ajudar, mas o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Ministério Público e Associação Comercial do DF não aceitaram. Queríamos um tempo para trabalhar enquanto construímos os nossos estandes;, informou Donato. O representante dos camelôs reclamou também da falta de clientes no local: ;O shopping está vazio, não temos clientes. Como vamos trabalhar assim?;. Outra reivindicação apresentada durante a reunião foi o sorteio de quiosques para os vendedores que ainda não foram contemplados. ;Temos cerca de 400 pessoas que ainda não foram contempladas no sorteio, mas essa situação será resolvida. Na terça-feira já teremos um sorteio;, completou. Também participaram da reunião a coordenadora de feiras do DF, Márcia Fernandes, o corregedor-geral do DF, Roberto Gifonni, e o secretário de Cidadania e Justiça do DF, Raimundo Ribeiro. Márcia Fernandes rebateu os argumentos dos ambulantes. ;Essa desculpa do problema de estrutura não se justifica porque todos os ambulantes sabiam que seriam responsáveis pela construção de seus próprios boxes. Esse período é de adaptação;, informou. Segundo Weligton Moraes, secretário de Comunicação do GDF, o governo está empenhado em transformar o shopping popular em sucesso. ;O governo investiu quase R$ 30 milhões nesse projeto e fará tudo o que estiver ao seu alcance para dar certo. Não poderia existir local mais apropriado, mas é necessária uma mudança de cultura da população que estava acostumada a comprar esses produtos no centro da cidade;, concluiu. A história se repete Em 1992, camelôs espalhados pela cidade decidiram se concentrar em um estacionamento entre a 503 e 504 Sul. Era o início da Feira do Paraguai, conhecida pela venda de produtos eletrônicos com preços menores. Em 1994, depois de reclamações dos comerciantes locais, os ambulantes foram transferidos para o estacionamento do Estádio Mané Garrincha. O GDF começou a estudar medidas para retirar os camelôs do local e, em 1997, eles foram transferidos para um espaço ao lado da Ceasa, no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), que passou a ser chamado de Feira dos Importados. Durante a instalação, houve confronto de camelôs com policiais militares, que resultou na detenção de nove pessoas. Hoje, a feira é composta por 1.990 boxes e 96 quiosques.