Jornal Correio Braziliense

Cidades

De janeiro a abril, 161 pessoas perderam a vida nas pistas brasilienses

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Imprudência, alta velocidade e embriaguez. Todos esses atos de irresponsabilidade ao volante fizeram o número de mortes nas vias do Distrito Federal disparar. De janeiro a abril deste ano, 161 pessoas perderam a vida no trânsito da capital federal, número 23% superior ao registrado no mesmo período do ano passado. Esse é o índice mais alto de mortes no primeiro quadrimestre de um ano desde 1997. Só em abril, 54 pessoas morreram em acidentes de carro, moto, bicicleta ou em atropelamentos, o que representa um crescimento de 28% em comparação com as estatísticas de março. Dois grandes acidentes fatais, que causaram comoção em todo o DF, aconteceram em abril. No dia 16, a batida frontal entre um Focus e um Tempra, que envolveu também outros dois carros, deixou quatro mortos no Eixão Sul, na altura da Quadra 202. O jornalista Roberto Rodrigues Rosemberg, 45 anos, foi resgatado com vida do Focus, mas morreu cinco dias depois, no Hospital de Base. Outro acidente que chocou a cidade, também em abril, foi causado pela combinação de álcool e imprudência. O analista de sistemas Igor de Rezende Borges, 25, dirigia embriagado, em alta velocidade e na contramão da rodovia DF-001 na madrugada do dia 27, quando seu Peugeot colidiu contra o Vectra do empresário Paulo José Louzeiro Miranda, 34. Quatro dos cinco ocupantes do Vectra morreram no local. Ingrid Martins Castro, 17, passageira do Peugeot, faleceu cinco dias depois. Só nesses dois acidentes foram 10 mortes em apenas 11 dias. As duas tragédias colaboraram para o forte aumento de mortes registradas em abril. Outra vítima do mês foi Nelson Pereira da Silva, 39, que perdeu a vida preso nas ferragens de seu Fiat Tipo, na DF-230. O acidente aconteceu no dia 18, quando o Tipo colidiu contra uma caminhonete F-250. Os números de mortos nas ruas da cidade nos primeiros quatro meses são preliminares. O balanço só será fechado na semana que vem, já que as estatísticas dos mortos em um determinado mês levam em consideração os óbitos registrados até 30 dias após o acidente. Mas o espantoso número de vítimas em acidentes fatais chamou a atenção do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran), que já desenvolveu uma campanha para mobilizar a população sobre a importância de reduzir a violência nas ruas. O diretor-geral do Detran, Jair Tedeschi, explica que a idéia é recuperar a campanha Paz no Trânsito, com a distribuição de panfletos, realização de passeios ciclísticos e veiculação de publicidade nos meios de comunicação e nos postos de combustíveis. O lema da iniciativa é O trânsito já matou mais de 150 pessoas em 2008. Esse problema é de todos nós. Além do trabalho educativo, a fiscalização nas ruas será intensificada para combater, principalmente, a embriaguez dos condutores. ;Temos feito operações sucessivas na madrugada, próximo a bares e eventos. Se tirarmos pelo menos um motorista alcoolizado das ruas, o trabalho já valerá a pena;, comenta Tedeschi.