A ala de radiologia do Hospital Regional de Samambaia (HRS) ficou praticamente sem equipamentos durante esta sexta-feira (23/05). Um mal entendido resultou na retirada de todos os aparelhos utilizados na realização dos exames de tomografia e ecografia, só o que permaneceu no lugar foram máquinas de Raio-X. O motivo foi uma decisão da Vara do Trabalho em favor dos ex-funcionários do Hospital Nossa Senhora Aparecida, que funcionava onde hoje fica o hospital da cidade.
Em 2001, quando o Banco de Brasília (BRB), a Secretaria de Saúde e a direção do Hospital Nossa Senhora Aparecida firmaram o acordo de venda do prédio, a diretora do local fechou as portas do hospital sem pagar direitos trabalhistas a alguns funcionários, que foram demitidos na mudança. Eles recorreram à Justiça, que decidiu pelo pagamento da dívida.
O problema, segundo o subsecretário de Atenção à Saúde, João Luiz Arantes de Freitas, foi que "o juiz da Vara do Trabalho entendeu que o equipamento ainda pertencia à ela e determinou a penhora das máquinas para saudar a dívida".
Ao ser informada sobre o problema, a procuradora-chefe adjunta do GDF, Patrícia Cardador, entrou com uma ação de efeito suspensivo e o caminhão com o material nem chegou a sair do estacionamento do hospital. "Eu não sei como foram os moldes do contrato firmado, mas os equipamentos são do governo e não temos porque arcar com a dívida da ex-diretora", afirmou João.
O motivo: a Justiça pretendia penhorar o maquinário para pagar uma dívida trabalhista no valor aproximado de R$ 5 milhões da antiga diretora do Hospital Nossa Senhora Aparecida, Mercedes Daviane.
O advogado de Mercedes contestou a versão dada pelo subsecretário. "Na verdade, o BRB nunca quitou a compra dos equipamentos, nem com os credores do hospital nem com a antiga diretora. Por isso, a dívida também foi cobrada ao banco por meio da penhora das máquinas", ressaltou o advogado.