Começa a ser cumprida, na manhã desta terça-feira (20/05), a ordem judicial de interdição das 51 pousadas, casas de massagens e saunas da W3 Sul, em Brasília. A operação foi iniciada por volta das 8h30 por fiscais da Subsecretaria de Fiscalização de Atividade Urbanas (Sufis) e oficiais de justiça, acompanhadas por policiais militares. Ao chegarem nos estabelecimentos, eles apresentam a decisão, esvaziam os quartos e lacram as portas.
Não há resistência por parte dos donos das pousadas e nenhuma confusão foi registrada até agora, mas muitos hóspedes reclamam de não ter para onde ir. As pousadas da W3 Sul eram uma opção mais barata de hospedagem. Enquanto as diária desses estabelecimentos custavam em média R$ 40, o pernoite em um hotel no Plano Piloto não sai por menos de R$ 100.
Entre os hóspedes despejados de uma pousada na 704, o professor Domingos José de Almeida, 49 anos, era o mais exaltado. Ele veio do Acre há três dias para acompanhar a esposa, que está internada no Hospital de Base e protesta: "Isso é uma imoralidade. Não tenho para onde ir. O que vou fazer?"
Os proprietários tiveram 15 dias para fechar as portas voluntariamente, mas eles estavam na expectativa de que os cinco recursos apresentados derrubassem a decisão do juiz da 7ª Vara da Fazenda Pública do DF, José Eustáquio de Castro Teixeira. Mas, no fim da tarde de ontem, o desembargador Estevam Maia negou todos eles.
O argumento é que as pousadas ferem o tombamento urbanístico de Brasília, que prevê que as quadras 700 da Asa Sul são apenas para residências. Nenhum estabelecimento comercial dispõe de alvará para funcionar na área.
O presidente da Associação dos Comerciantes da W3 Sul, Antônio Oliveira, promete continuar recorrendo. "Não queremos ser mantidos aqui, queremos apenas um tempo para saber o que iremos fazer", argumenta. Segundo cálculos de Oliveira, a medida vai deixar 700 pessoas desempregadas.