Jornal Correio Braziliense

Cidades

Centro de Brasília fica livre de camelôs

Espaços próximos da Rodoviária, Setor Comercial Sul e Conic passaram por uma faxina, ontem pela manhã. Ambulantes já estão ocupando boxes distribuídos no Shopping Popular, perto da Rodoferroviária

Quem passar pela área central de Brasília nesta segunda-feira (19/05) verá uma paisagem urbana diferente. Desde as primeiras horas deste domingo, já não havia qualquer vestígio de barracas ou gritos de ambulantes oferecendo seus produtos. Estacionamentos e calçadas da plataforma superior da Rodoviária do Plano Piloto e do Setor de Diversões Sul (Conic) foram ocupados por cerca de 200 servidores do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), destacados para recolher o lixo, desentupir bocas-de-lobo e lavar o asfalto para acabar com o mau cheiro.

Eles usaram 13 caminhões-caçamba e outros quatro carros-pipa para higienizar as vias próximas ao Conjunto Nacional e Conic. Enquanto isso, cerca de 2 mil camelôs acompanhavam o sorteio dos boxes no Shopping Popular, ao lado da Rodoferroviária. No início da manhã, o clima estava tenso. O presidente da Associação do Shopping Popular de Brasília (Asshop), Caio Donato, ameaçava não permitir a distribuição dos espaços. O comandante da 11; Companhia de Polícia Militar Independente (CPMind), major Alfredo Luney, interviu. ;Avisamos a ele que o sorteio aconteceria de qualquer jeito e, se fosse preciso, o Batalhão de Operações Especiais (Bope) seria chamado.;

Distribuição
José Humberto deu início à entrega dos espaços para os 1.453 feirantes credenciados até este domingo por volta das 10h. ;Fizemos um acordo para que ninguém fique de fora. Quem não está na lista terá mais uma semana para provar que é ambulante;, disse Donato.

No entanto, o prazo para os pretendentes confirmarem que estariam dentro dos critérios exigidos pelo governo não dá o direito de continuar nas ruas. A efetiva atuação na área central de Brasília e a atividade de camelô como única fonte de renda são requisitos indispensáveis para ter acesso a boxes no novo espaço. Além disso, os ambulantes não devem exercer outras funções, ser sócio cotista de sociedade empresarial e têm de residir no DF há cinco anos, no mínimo. Exige-se ainda não ter boxe ou banca em outras feiras ou shoppings populares do DF.

O governo habilitou 1.453 pessoas. O Shopping Popular tem 1,7 mil boxes. A partir desta segunda-feira, quem não está na lista pode procurar a Asshop com toda a documentação ou, amanhã, a Procuradoria-Geral do DF. Caso o feirante se enquadre nas exigências do governo, ele será habilitado e participará de novo sorteio a ser realizado no próximo fim de semana. Não se sabe ainda se no sábado ou domingo.

Hoje, 60 fiscais se dividirão em dois grupos de 30 para garantir que os ambulantes não voltem aos locais. Quem insistir em montar as barracas será notificado, terá a mercadoria apreendida e perderá o direito de ocupar uma vaga no Shopping Popular. Os funcionários do Departamento de Trânsito vão demarcar as vagas e, amanhã, o estacionamento será liberado para a população.