O empresário Carlos Humberto Pereira Montenegro vivia prometendo carro e casa modelo amapaense Patrícia Melo, que ele, segundo a polícia, matou em 7 de janeiro de 2005. A revelação foi feita pela mãe da vítima, Zilda Melo, em depoimentos. Após ser preso em casa, em Macapá (AP), na noite de quarta-feira (14/05), Montenegro foi transferido para Brasília na manhã dessa quinta-feira (16/05). O cirime ocorreu na capital do país. Segundo inquérito concluído pela Polícia Civil do DF, ela foi empurrada pelo empresário do 14º andar do hotel Gran Bittar, no Setor Hoteleiro Sul. Os investigadores concluíram que Patrícia foi a Brasília com Montenegro como secretária dele.
Em 6 de janeiro de 2005, o ex-patrão de Patrícia Melo foi à casa dela e a convenceu ir a Brasília com ele. Por volta das 21h da noite do crime, Patrícia Melo ligou para sua irmã de um telefone celular em poder de Gregório Jácome, filmado por uma câmera do circuito interno do hotel ao subir ao apartamento para buscar o casal. Jácome era funcionário da Secretaria Extraordinária do Amapá em Brasília e o celular era da modelo. Patrícia estava chorosa no telefonema e pediu à sua irmã que guardasse suas fotos. Às 5h, Patrícia voltou a telefonar para sua casa e pediu à sua mãe que viesse buscá-la. As informações também constam no inquérito.
Patrícia Melo morreu aos 21 anos. Com 1,73 de altura, 60 quilos de peso, morena de olhos verdes, fora eleita Musa Verão 2003 e iria concorrer ao Miss Amapá no concurso Beleza Brasil. Sonhava com o Miss Brasil 2005. Cursava o segundo ano de jornalismo na Faculdade Seama e queria se especializar em meio ambiente. Nasceu em Pracuba (AP) e morava no Bairro do Muca, em Macapá. Seu pai e uma irmã moram na Guiana Francesa.
Prosperidade
O empresário Carlos Humberto Pereira Montenegro, proprietário da Serpol Segurança Privada, estava falido até a assunção do governador Waldez Góes (PDT). A partir daí começou a ganhar licitações e a dar sinais de prosperidade, adquirindo imóveis e automóveis. É conhecido, em Macapá, pelo seu alto padrão de vida e por relacionar-se com belas mulheres.
A ficha criminal de Carlos Montenegro é extensa. Ele tentou matar a ex-mulher, Sâmia Soares Castro, e o marido dela, Diano Portela. Em outubro de 2002, Montenegro jogou seu Fiat Marea, em alta velocidade, contra a motocicleta em que estavam Diano e Sâmia. O empresário confessou à polícia sua intenção e que sentia ciúme da sua ex-mulher. Em setembro de 2003, o juiz Heraldo Costa, do Tribunal do Júri de Macapá, pediu a prisão preventiva de Carlos Montenegro, pelo crime.
Montenegro foi preso e confessou o crime, alegando que havia sido tomado por ciúmes, e ganhou o direito de responder ao processo em liberdade. Entretanto, faltou às convocações feitas pela Justiça. Isso, somado ao envolvimento com a morte de Patrícia, levou a polícia local a pedir sua prisão preventiva.
Carlos Montenegro é também investigado pelo Ministério Público do Estado do Amapá por crime contra o patrimônio público. Responde a 24 processos na Justiça, a maioria deles de dívidas para o INSS e a Receita Federal. Na Justiça do estado, foi réu em seis processos, incluindo acusação de roubo e formação de quadrilha.