Os índices gerais da criminalidade no Distrito Federal diminuíram 4,6% na comparação do primeiro quadrimestre de 2007 com o mesmo período de 2008, segundo balanço divulgado ontem pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) do DF. Apesar disso, crimes de maior relevância, como homicídios, seqüestros relâmpagos e roubos a comércio, postos de gasolina e coletivos cresceram.
Os ônibus são os mais visados: houve 64,7% mais roubos nesse tipo de transporte. ;É preciso mais serenidade para avaliar o todo. Se aumenta em um quadrimestre, no outro diminui. Só o homicídio não está caindo dessa forma;, afirmou o secretário de Segurança Pública do DF, general Cândido Vargas de Freire.
O número de assassinatos no DF subiu de 193 para 211 casos (leia quadro). Chama a atenção a análise mensal dos registros fatais. Foram 49 em janeiro, 50 em fevereiro, 74 em março e 38 em abril. As autoridades de segurança se surpreenderam com o pico no terceiro mês do ano, o único que ficou maior na comparação com os demais meses do ano passado. A maioria dos homicídios do período ocorreu em Ceilândia. ;Não sabemos ainda o porquê. Mas estamos investigando;, afirmou o general.
Um dos assassinatos de maior repercussão de 2008, no entanto, ocorreu em 15 de abril nas proximidades de uma das cidades mais tranqüilas da capital do país. O empresário Leonel Evaristo da Rocha, 62 anos, morreu executado com três tiros a caminho do Núcleo Bandeirante. O dono da rede de restaurantes Bargaço receberia homenagem em Brasília, mas perdeu a vida em uma emboscada. Leonel estava acompanhado do gerente do Bargaço de Fortaleza (CE), Luzivan Farias da Silva, 33. Ele está preso como suspeito.
Os dados da Secretaria de Segurança do DF revelaram crescimento em roubos em coletivo, a comércio e a postos de gasolina. Um dos casos mais recentes de ataques a postos terminou em tragédia. O paisagista Eduardo Ferreira da Silva, 25, acabou assassinado em Samambaia. Parou para abastecer às 4h20 de 16 de março, mas flagrou ladrões na loja de conveniências. Levou um tiro ao tentar fugir. Segundo o secretário, os casos aumentaram porque os bandidos especializados migraram para outras cidades após ação da polícia nos lugares mais críticos. Cresceram ainda os flagrantes de tráfico de drogas. ;Combatemos esse crime de modo permanente, por isso há mais registros em 2008;, disse Cândido Vargas.
O balanço mostra que, dos 32 tipos de crimes divulgados pela SSP, 20 apresentaram redução nos índices. Houve queda no número de latrocínios nos períodos analisados ; de 25 para 20. Também diminuíram os casos de lesão corporal, furto de veículo e a residências (de 3.035 para 2.568). E despencaram os roubos a transporte alternativo, mas o serviço está praticamente extinto no DF. O diretor geral da Polícia Civil do DF, Cléber Monteiro, atribuiu a diminuição geral a um trabalho coordenado e à criação de novas delegacias. ;Estamos com projeto de mais oito delegacias até 2014;, afirmou Monteiro.