Ficou para a próxima semana a assinatura da medida provisória (MP) que regulamenta o reajuste de policiais militares e bombeiros do Distrito Federal. A expectativa era de que a minuta seguisse para a Casa Civil até o fim da semana, mas até ontem permanecia no Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. O aumento previsto é de 14,2% sobre o piso salarial dos 28 mil servidores de cada corporação. Mas depende da análise e confirmação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pois a União é responsável pelo repasse dos vencimentos da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros do DF.
Apesar da garantia de reajuste, PMs e bombeiros ameaçam entrar em greve. Eles cumprirão agenda de assembléias setorizadas até o fim da semana. Houve um encontro ontem em Ceilândia. E outros dois ocorrerão hoje, em Taguatinga, e amanhã, no Gama. ;Estão todos insatisfeitos. Independentemente da assinatura da MP, vamos reivindicar questões como plano de carreira, déficit de 12 mil moradias para os servidores e recebimento de gratificação por risco de vida, como os policiais civis;, afirmou o presidente da Associação dos Policiais e Bombeiros Militares (Aspol/DF), deputado distrital cabo Patrício (PT).
A possível paralisação de policiais militares e bombeiros deverá ser decidida na próxima quinta-feira. Assembléia geral está marcada para o dia 8, quando a categoria se reunirá na Praça do Relógio, em Taguatinga. ;Se a maioria decidir, podemos paralisar as atividades no dia 13, época do aniversário da Polícia Militar;, revelou o cabo Patrício.
O presidente Lula sancionou a MP que concedeu o reajuste à Polícia Civil em 25 de abril. O aumento, dividido em três vezes, alcança os 28% e varia de acordo com a classificação do policial. (Guilherme Goulart)