postado em 27/02/2019 10:40
A quarta edição do Troféu Correio Braziliense consagrou o Bloco das Montadas como o melhor do carnaval brasiliense em 2019. O grupo foi o mais votado pelos leitores do jornal, em uma enquete que ficou disponível na plataforma digital do veículo de 2 a 7 de março. O pessoal do Eduardo e Mônica, eleito os melhores do carnaval passado, ficaram, desta vez, em segundo, seguido do Bloco do Seu Júlio, de Planaltina, que faturou o bronze. O bloco Divinas Tetas recebe um quarto prêmio, considerada uma menção honrosa, julgada por uma comissão de membros do jornal.
Vitória da diversidade
Este foi o segundo ano que o Bloco das Montadas esteve na lista de animadores oficiais da folia candanga. Eles arrastaram milhares de foliões pelo Setor Bancário Norte, no domingo de carnaval (3/3). A festa, com temática LGBTQ%2b, levantou a bandeira da diversidade e agradou o brasiliense. "Esse prêmio dá sentido a todo esforço que tivemos para que fosse o melhor bloco, para que os LGBTs fossem respeitados. Foi o melhor, não só por conta dos organizadores, mas também por conta do público", elogia a drag queen Ruth Venceremos, 34 anos.
Na primeira edição, a expectativa era de receber 500 foliões, lembra a drag queen Afrodite Starlight, 37 anos. No entanto, o número foi muito maior: 15 mil, segundo a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). O número triplicou e 45 mil pessoas prestigiaram o evento neste ano, segundo os organizadores. "O sucesso do ano passado fez o bloco aumentar. Existe uma carência muito grande por parte do público LGBT para se divertir no carnaval. Fizemos uma festa com segurança, longe de problemas e de confusão. Além de que foi o primeiro bloco em Brasília feito por drag queens. É uma forma de expressão artística muito popular que as pessoas adoram", disse a drag.
Sempre querido
Vencedor do #CBFolia no ano passado, o bloco Eduardo & Mônica agradou novamente. Com canções que privilegiam o rock autoral de Brasília dos anos 1980, a festa levou 18 mil pessoas à Orla do Lago, segundo a organização. A casa nova foi uma estratégia para poupar o público de eventuais atos de violência e deve se manter nos próximos anos, antecipam os promoters.
"Esse prêmio dá um gás a mais. É muito legal ter um reconhecimento material do nosso trabalho. Para nós, é motivo de muita felicidade. Lógico que a gente não trabalha por prêmio, mas o troféu coroa esse esforço. Um veículo como o Correio Braziliense, como prestígio que tem, dando esse reconhecimento valoriza festa", Roni Meolly, 35 anos, um dos organizadores.
"Este troféu busca reconhecer e divulgar os melhores blocos de carnaval de Brasília em 2019, além de destacar a importância da cultura do carnaval de blocos no DF e da diversidade musical brasiliense", anunciou Cilene Vieira, superintendente de marketing do Correio, momentos antes da entrega.
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Fora de centro
Fora do Plano Piloto, o Bloco do Seu Júlio levou 25 mil pessoas às ruas da Vila Buritis, em Planaltina. O homenageado do bloco, de 55 anos, garante que nos 10 anos de bloco, nunca houve uma só ocorrência de violência. "Eu recebo com muito orgulho. Planaltina esta festa por ter ganho esse prêmio. Chamei toda a comunidade para votar nas redes sociais. A cidade está curtindo nosso carnaval;, emociona-se.
Menção honrosa
O bloco Divinas Tetas foi o homenageado pelo corpo de jornalistas selecionado para eleger o Destaque do Carnaval 2019. Os critérios escolhidos para a votação do júri do Correio Braziliense foram: o respeito às diferenças, a paz, harmonia e o compromisso com a segurança, além da limpeza e conservação do espaço público.
Mais de 60 mil pessoas pularam ao som de sucessos tropicalistas, conta Aloízio Michael, vocalista do grupo e fundador do bloco que saiu pelo quarto carnaval. ;Foi o maior carnaval que a gente já fez. A gente está com sentimento de gratidão gigantesco. E ser reconhecido por uma comissão julgadora, que deve ter julgado diversos blocos, em diversos níveis, por diversas questões, é muito importante para que a gente continue fazendo carnaval, levando mensagem sobre amor, diversidade e respeito para toda a cultura do DF;, considera Aloízio Michael.