Em uma noite marcada por celebração à vida de artistas e à malandragem, seis escolas desfilaram no segundo dia de desfiles do Grupo Especial das escolas do Rio de Janeiro. Entre a noite de segunda-feira (8/2) e a manhã de terça-feira (9/2), a Marquês de Sapucaí recebeu Vila Isabel, Salgueiro, São Clemente, Portela, Imperatriz e Mangueira. Homenagens para a cantora Maria Bethânia, Zezé Di Camargo & Luciano e para o político Miguel Arraes foram destaques.
No 1; dia de desfiles do Grupo Especial, se apresentaram Estácio de Sá, União da Ilha do Governador, Beija-Flor de Nilópolis, Acadêmicos do Grande Rio, Mocidade Independente de Padre Miguel e Unidos da Tijuca. Nove quesitos serão avaliados pelos jurados: mestre-sala e porta-bandeira, comissão de frente, bateria, harmonia, evolução, enredo, samba-enredo, alegorias e adereços, fantasia. A campeã será conhecida na quarta-feira (10/2).
Com as cores amarelo e preto, a São Clemente trouxe o enredo "Mais de mil palhaços no salão". Apesar de problemas com os carros e da queda sofrida pela rainha da bateria, a escola levou muitas cores e protesto para o desfile. Narizes de palhaços foram distribuídos para a plateia. A última ala veio com palhaços batendo tampas de panela e chefs de cozinha com frigideira e colher de pau na mão, em ação que lembrou os protestos contra a presidente Dilma Rousseff. No entanto, a escola nega o cunho político. A única representante da Zona Sul do Rio no Grupo Especial falou dos palhaços.
Desde 1984 sem ganhar um título de campeã, a Portela levou para a avenida o enredo "No voo da águia, uma viagem sem fim...". Nas cores azul e branco, os componentes fizeram várias surpresas na passagem pelo sambódromo. A estreia do carnavalesco Paulo Barros na escola foi marcada por um Poseidon que flutuou com uma prancha e jatos de água. Um carro com dinossauros que engoliam os foliões também foi destaque. Paulo Barros afirmou que a agremiação procurou se livrar do "ranço" da tradição e fez a sua passagem para a modernidade, credenciando-se ao título.
A Imperatriz Leopoldinense fez uma homenagem à dupla Zezé Di Camargo e Luciano e à música sertaneja, com o enredo "É o amor que mexe com minha cabeça e me deixa assim; "Do sonho de um caipira nascem os filhos do Brasil;". Versos das músicas dos artistas empolgaram a plateia, com samba acompanhado de acordes de sanfona.
A Mangueira encerrou a noite com o samba enredo "Maria Bethânia - A Menina dos Olhos de Oyá". A homenagem da verde e rosa celebrou os 50 anos de carreira da cantora baiana com um desfile bastante sofisticado, que contou com a presença de vários artistas e de uma porta-bandeira careca. Bethânia desfilou no último carro, ao lado de duas afilhadas.