De cima do trio elétrico do bloco considerado o mais popular da capital, o Babydoll de Nylon, os organizadores pediam o tempo todo: ;Respeita as mina;. A preocupação com o respeito às mulheres deu o tom em boa parte do carnaval brasiliense de 2016, depois de o movimento feminista ganhar força ao longo do ano passado. Os esforços pela conscientização, porém, não foram suficientes para coibir abusos em todos os lugares: no bloco dos Raparigueiros, que atraiu o maior público do carnaval brasiliense até agora ; cerca de 150 mil foliões, segundo dados da Polícia Militar ;, era possível ver inúmeros casos de desrespeito a elas, entre puxões e abraços e beijos à força.
O grupo de estudantes formado por Pâmela Carvalho, 16 anos; Emilly Matos, 18; Nathália Reis, 19; Fernanda Lima, 19; Sophia Santos, 16; e Camille Matos, 16, precisou passar por vários blocos até encontrar um em que se sentisse confortável. ;Ficavam nos encarando, e eu imagina que ou queriam era nos assaltar ou nos pegar à força;, reclama Nathália. A trajetória começou no bloco Bem Meb, onde se sentiram acuadas pelos olhares de alguns foliões. De lá, foram ao Raparigueiros, onde a situação piorou. Apenas no Bloco do 5uinto, na Praça das Fontes do Parque da Cidade, conseguiram aproveitar a festa sem medo.
Sábado, no Babydoll de Nylon, a situação se mostrou diferente. A servidora pública Marília Sampaio, 28, e as amigas Priscilla Atalla, 31, e Débora Cruz, 35, contam que a campanha pelo respeito às mulheres surtiu efeito. Embora usasse roupas curtas, o trio afirma não ter passado por nenhuma situação constrangedora. ;Nós nos sentimos até mais seguras do que o normal. Está todo mundo vestido como quer, em ritmo de festa;, diz Marília. ;Até andei pela passagem subterrânea do Eixão.;
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