O documento ressalta que as substâncias MEG e DEG não são produzidas pela levedura cervejeira em condições normais de produção da bebida. Também não foram identificadas contaminações dessa natureza em análises realizadas em cervejas nacionais e importadas. A contaminação desse tipo é inédita em alimentos no Brasil, segundo o Mapa.
“As apurações fiscais indicaram que a cervejaria Backer adotou práticas irresponsáveis ao utilizar líquidos refrigerantes tóxicos de forma deliberada em seu estabelecimento, utilizando-os em detrimento de alternativas atóxicas, como propilenoglicol e álcool etílico potável. As contaminações por MEG e DEG não estão restritas a lotes que passaram pelo tanque JB 10, ocorrendo também em cervejas elaboradas anteriormente à instalação deste tanque na cervejaria”, diz o documento.
Falhas
O relatório aponta ainda diversas falhas e lacunas nos sistemas de controle de gestão internos da cervejaria. Foram identificadas informações incompletas nos relatórios de produção e controles de rastreabilidade ineficientes.
Segundo o Mapa, a Cervejaria Backer segue interditada até que seja possível afirmar que não há riscos para a produção de cervejas no local.
Números
Em janeiro, além de fechar a Cervejaria Backer, o Mapa adotou, junto aos demais órgãos, medidas imediatas para interromper a produção e a comercialização dos produtos contaminados por mono e dietilenoglicol.
Nas dependências da empresa e no comércio de Minas Gerais, mais de 79 mil litros de cerveja, de várias marcas e diversos lotes, com presença dos contaminantes, foram apreendidos.
Saiba Mais
Na esfera administrativa, os procedimentos para apuração de responsabilidades já foram iniciados e, segundo o Ministério da Agricultura, seguem os ritos processuais legalmente previstos.
Análises
Foram analisadas cerca de 600 amostras de cervejas da Backer. A presença de glicóis fois constatada em 36 lotes produzidos ao longo de 2019 e 2020, em concentrações variadas.