Um dia após o Brasil ter registrado o recorde de registros diários de casos do novo coronavírus, o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou nesta quinta-feira (23/7), em coletiva de imprensa, realizada no Paraná durante a visita ao estado, que “não cabe ao ministro executar essa ou outra medida de isolamento social”.
A afirmação foi resposta para um jornalista que indagou porque o Ministério da Saúde não seguiu as orientações técnicas do Comitê de Operações de Emergência (COE), que alertou que sem as medidas de isolamento social os efeitos da pandemia irão durar por até dois anos no Brasil.
Ao continuar a responder, Pazuello declarou que não cabe a ele se pronunciar sobre a ação dos gestores de estados e municípios. “O gestor de qualquer estado é que, por lei, tem essa obrigação e qualquer pronunciamento meu seria um pronunciamento político, e isso não é muito da minha linha”, disse.
O general ainda disse que a decisão do gestor precisa ser apoiada em qualquer situação. “A gente precisa olhar pro gestor com essa batata quente na mão e dizer que vamos apoiá-los em qualquer situação, em qualquer decisão. Seja lá qual for a medida que ele tomar, o ministério vai apoiar", completou.
Desde o início da semana, o ministro visita os estados do Sul do Brasil, que apresentam crescimento de casos nos últimos dias. Além do Paraná, Pazuello já esteve em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. A região Sul apresentou um crescimento de 14% no número de casos da 29ª semana epidemiológica em relação a 28ª semana.
O ministro interino da Saúde voltou a afirmar que o aumento curva de contaminação não representa, necessariamente, um aumento na curva de óbitos. “Uma coisa é a curva crescente de contaminação e outra coisa é a curva de óbitos. A curva de óbitos cabe a nós. Qual tipo de preparo vamos fazer para evitar que aconteça o óbito. Então, cabe a nós gestores evitar que a curva de óbitos plugue na curva de contaminação”, comentou.
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“A curva de contaminação depende de muitos fatores. Estamos no inverno que é o momento mais crítico para as doenças por contaminação de vírus. O Paraná e seus municípios vêm tomando todas as medidas que têm que tomar, mas a curva tende a crescer porque neste momento estamos no inverno no Sul”, reforçou.