Brasil

Contágio de covid no país está descontrolado desde abril, diz universidade

A avaliação é do Imperial College de Londres, que possui um dos mais robustos levantamentos semanais e comparativos entre os países

Há quatro meses, o Brasil não consegue ser mais eficiente que o novo coronavírus na missão de dominar a situação de saúde. As taxas de contágio (Rt) da doença continuam sendo considerada descontrolada, de acordo com a nova avaliação do Imperial College de Londres, que possui um dos mais robustos levantamentos semanais e comparativos entre os países. Os resultados, divulgados nesta quarta-feira (22/7), mostram que a cada 100 brasileiros infectados, outros 101 acabam contraindo o vírus também, o que significa que a Rt brasileira está em 1,01. 

Com a atualização, o Brasil se mantém pela 13ª semana entre os países com transmissão ativa, sendo a nação americana com mais longa permanência neste patamar. 

O índice atua, no entanto, demonstra que o país está bastante próximo de conseguir um nível mínimo de domínio, já que taxas abaixo de 1 retiram o país do nível de descontrole. Com o fechamento dos dados da semana epidemiológica 28 , o RT estava em 1,03, ou seja, houve uma queda discreta na semana 29. 

Com isso, pela primeira vez desde que os números começaram a crescer significativamente no país, o estudo considera a situação brasileira como crescendo lentamente, ao invés do patamar anterior de crescimento acelerado da doença. 

Mesmo assim, a situação é preocupante e pode voltar a se agravar, como já ocorreu. Por exemplo, na semana seguinte em que o país havia atingido Rt 1,03, os números voltaram a crescer e atingiram taxas de 1,1. Em abril, com Rt de 2,3, o país chegou a ocupar o primeiro lugar em nações com maior descontrole da doença. 

Subnotificação

Saiba Mais

O novo relatório ainda apresenta a taxa de subnotificação dos 53 países avaliados. Segundo o estudo, o Brasil reporta 49,4% dos casos, o que representa uma melhora gradual ao longo das semanas. No balanço anterior, o índice estava em 43,9%. Em relação ao início de abril, o avanço foi significativo, já que, à época, o país só registrava 10,4% das infecções. 

Para o cálculo, os pesquisadores consideram o número de mortes reportados como sendo um dado fiel e levam em conta os registros de óbitos de duas semanas anteriores e de casos dos 10 dias anteriores. Quanto maior a discrepância entre a taxa de mortalidade divulgada e a estimada, maior o grau de subnotificação.