Dados levantados pela Fiocruz apontam que a volta às aulas pode expor um público vulnerável ao novo coronavírus. De acordo com o levantamento, o número de pessoas, idosos e adultos, que vivem com crianças em idade escolar e tem diabetes, doença do coração ou doença do pulmão é de cerca de 9,3 milhões. Mais suscetíveis às complicações que a doença pode ter, a exposição desse grupo poderia levar a sobrecarga dos sistemas de saúde, além de aumentar a taxa de mortalidade.
Os dados foram obtidos pelo MonitoraCovid-19, sistema que integra dados sobre a pandemia lançado pelo Laboratório de Informação em Saúde (LIS) do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (ICICT), da Fiocruz. Os dados obtidos apontam que essas pessoas que estariam entre os grupos de risco e moram com menores em idade escolar (entre 3 e 17 anos) equivalem a 4,4% da população brasileira. Se 10% desse total necessitarem de cuidados intensivos, seriam cerca de 900 mil pessoas que poderiam precisar de tratamento intensivo. “Se tomarmos como referência a taxa de letalidade observada no país, isso pode representar 35 mil óbitos somente nessa população”, alerta a por meio de nota técnica.
De acordo com o levantamento, apesar das crianças e adolescentes representaram 2,5% dos casos e terem uma letalidade muito baixa, uma eventual contaminação destes poderia levar o vírus para dentro de casa, onde esses grupos de risco poderiam contrair a doença. Os adultos seriam os responsáveis pelo maior número de casos, 74,3%; enquanto os idosos representam 23,3% dos infectados. Entretanto, 75,5% das mortes causadas pela doença ocorre em maiores de 60 anos. “O aumento do contato entre estes grupos pode facilitar a transmissão do vírus e sob risco grupos de maior vulnerabilidade, como portadores de doenças crônicas e idosos. A probabilidade de transmissão secundária do vírus SARS-CoV-2 no ambiente domiciliar foi estimada em 12 a 30% , sendo a população idosa mais suscetível a infecções”, diz a nota.
Saiba Mais
O estado com a maior quantidade de de pessoas enquadradas nessa situação é São Paulo, com mais de 2 milhões de pessoas, 2.085.949. Na sequência está Minas Gerais, com 1.025.518 pessoas. Os demais estados não ultrapassariam 1 milhão de pessoas. Roraima seria o estado com a menor quantidade de pessoas expostas a essa situação, com 18.315.