Ao constatar seu erro, o jornal corrigiu a matéria e informou no texto que a versão anterior, com o nome do senhor Luiz Eduardo, estava errada. Agora, com a publicação da nota abaixo e sua divulgação nas redes sociais, o Correio espera reparar os inconvenientes que possa ter causado a Luiz Eduardo, pelos quais se desculpa.
Desagravo ao Correio Braziliense
"Na manhã do último domingo, 19/7, fui surpreendido por matéria publicada neste site que vinculava meu nome à agressão verbal do desembargador paulista Eduardo Almeida Prado Rocha de Siqueira a um guarda civil municipal em Santos, ao ser interpelado por caminhar pela praia sem o uso de máscara.
O texto — intitulado "VÍDEO: homem sem máscara finge ser desembargador e humilha guarda municipal. Contudo, conforme apurado pelo Correio, o homem que se diz desembargador é, na verdade, assistente jurídico" —, assinado por Maíra Alves, foi displicente e leviano. Se houvesse atenção ao vídeo largamente divulgado, perceberia a jornalista que o magistrado se identificou como "desembargador Eduardo Siqueira", não
havendo falsidade em sua identificação, por mais asqueroso que tenha sido o seu gesto. Ignorando eu as razões pelas quais a jornalista considerou haver falsa identidade de pessoa, e, mais ainda, não sabendo quais foram suas fontes de pesquisa, o certo é que, para além da semelhança de nomes, os tipos físicos do agressor e o meu são distintos, o que se evidenciaria pelo singelo cotejo de simples visualização.
Como assistente judiciário — e não jurídico, novo equívoco da matéria — no Tribunal de Justiça de São Paulo e professor universitário, deparei-me, no tempo em que o texto permaneceu equivocado (23h21 de sábado, dia 18, até cerca de 9h35 de domingo, dia 19), com agressões gratuitas expressas em redes sociais, com enorme e inequívoco risco a minha reputação pessoal e honradez profissional. Ao esclarecer o fato nos mesmos espaços virtuais, constatei, para meu grande conforto, a soma de apoios e de solidariedade que se formou por pessoas dos lugares por onde passei: amigos, colegas de trabalho, estudantes e tantos outros. São pessoas que me conhecem e que sabem que eu, primeiro, jamais andaria em espaços públicos sem máscaras, e, segundo, se por impossível tal acontecesse, não reagiria de forma tão incompreensível e abusiva quanto inaceitável, principalmente para uma autoridade judiciária.
Como se não bastasse o que de maléfico proporcionou, a matéria foi difundida por outras páginas eletrônicas, algumas ainda agora mantendo a informação incorreta, apesar do meu empenho e o de amigos para a remoção. Isso se deveu, insisto, porque o Correio Braziliense, órgão de imprensa tradicional, difundiu, sem revisão detalhada e checagem exaustiva, o texto originalmente redigido de maneira irresponsável porque não atentou para dever tão elementar da atividade jornalística: a apuração criteriosa de fatos e o respeito à reputação alheia.
Que do episódio e do reparo ao erro se possam tirar algumas lições para no futuro nele não se reincidir e para que dele não decorram injustiças irreparáveis como o linchamento público de reputações.
Uma das lições que episódio como esse ensina aos órgãos de imprensa, de mídia e, também, aos usuários das redes sociais, é o cuidado extremo que devem ter na preservação do nome de alguém.
Porque quando se conspurca um nome se mancha sua reputação, se danifica sua história, se desonra sua vida, se aviltam os valores nos quais se acredita, se achincalham os princípios de vida nos quais é salutar que se creia, entre outros, a verdade e a justiça."
Luiz Eduardo Alves de Siqueira