A própria Fiocruz participa do estudo Solidarity, da Organização Mundial de Saúde (OMS), cujos testes com cloroquina e hidroxicloroquina foram suspensos em junho porque todos os resultados obtidos indicavam que as substâncias "não reduziam a mortalidade dos pacientes".
Um outro grande estudo sobre a eficácia dos dois remédios, o Recovery, foi conduzido, também em junho, pelo Reino Unido com a participação de mais de 11 mil pacientes. Seus coordenadores concluíram que "não há efeito benéfico" no uso da hidroxicloroquina.
Mesmo assim, em 30 de junho o secretário de Atenção Especializada à Saúde, Luiz Otávio Franco Duarte, enviou ofício à presidência da Fiocruz e aos institutos Evandro Chagas (INI) e Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF), solicitando "a ampla divulgação desse tratamento, considerando que ele integra a estratégia do Ministério da Saúde para reduzir o número de casos que cheguem a necessitar de internação hospitalar para tratamento de síndromes de pior prognóstico, inclusive com suporte ventilatório pulmonar e cuidados intensivos". O ofício menciona como "medidas essenciais": considerar a prescrição de cloroquina ou hidroxicloroquina, mediante livre consentimento esclarecido do paciente (...) para tratamento medicamentoso precoce, ou seja, nos primeiros dias dos sintomas, no âmbito do SUS". Perguntado sobre as evidências que embasam tal recomendação, o Ministério da Saúde nada explicou.
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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.