Correio Braziliense
postado em 13/07/2020 16:01
A crise de saúde provocada pelo novo coronavírus evidenciou ainda mais as desigualdades sociais presentes no Brasil. Prova disso são os registros de óbitos feitos pelos cartórios, que mostram que o registro de mortes por doenças respiratórias da população que se declara como preta e parda cresceu mais do que a da população autodeclarada branca durante a pandemia. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (13/7) pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil).Os dados da Arpen mostram que houve um aumento de 34,5% nos registros de óbitos por doenças respiratórias — pneumonia, síndrome respiratória aguda grave (SRAG), ou insuficiência respiratória — no período de 16 de março a 30 de junho de 2020 em relação ao mesmo período de 2019.
No entanto, esse crescimento foi mais acentuado entre os pretos e pardos. A população parda viu crescer 72,8% os óbitos por esse tipo de doença, enquanto os pretos registraram acréscimo de 70,2%. Enquanto isso, o crescimento de óbitos por estas doenças entre os brancos foi de 24,5%
O registro de mortes por doenças cardíacas também apresenta o mesmo padrão. Em relação aos falecimentos por estas doenças, as populações que novamente registraram maior aumento foram os pretos (13,7%), os pardos (8,4%). Já a situação da população branca é diferente porque esta registrou redução de 0,5%.
Mortes naturais
Os registros de óbitos feitos pelos cartórios também mostram que as mortes por causas naturais da população que se declara como preta e parda cresceu mais do que a da população autodeclarada branca durante a pandemia.
Saiba Mais
As mortes naturais são aquelas que não foram consequência de violência, como assassinatos, acidentes de trânsitos ou outros acidentes.
De acordo com a Arpen, os dados utilizam como base as informações contidas nas declarações de óbitos, que são emitidas pelos médicos no ato de falecimento e são a base da certidão de óbito.
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