O Brasil irá bater, hoje, a marca oficial de 1,5 milhão de pessoas infectadas com o novo coronavírus. Em apenas 14 dias foram registrados mais de 500 mil novos casos da doença no país. A covid-19 já chegou a 90,1% dos municípios (5.021) e o percentual de cidades com mortos é de 45,8%, segundo dados do Ministério da Saúde. Em meio à onda de flexibilização do isolamento e explosão de casos de covid-19 no Brasil, o número de mortes diárias voltou a subir. Ontem, o Ministério da Saúde contabilizou mais 1.252 óbitos, totalizando 61.884 vidas perdidas no país.
Apesar de o Brasil se manter em segundo lugar no ranking de mortes, é também o país com mais pessoas curadas da doença. São 852.816 recuperados, número 46,5% superior à quantidade de pacientes sob acompanhamento médico. Com o objetivo de conseguir evitar o agravamento dos casos por falta de orientação médica, o secretário-executivo da pasta, Élcio Franco, ressaltou, em coletiva, ontem, que “ao identificar um sintoma, a recomendação do Ministério da Saúde é que o paciente procure o médico por mais leve que seja. Para que ele tenha acesso ao tratamento precoce se o médico recomendar.” Atualmente, o registro de pessoas curadas representa mais da metade do total de casos acumulados (57%).
O número elevado de cura, no entanto, é reflexo da baixa letalidade do vírus. Porém, sem conseguir barrar a transmissão do vírus, com taxa de contágio em 1,03, segundo avaliação do Imperial College de Londres, as autoridades não devem relaxar na vigilância epidemiológica ou na combinação de fatores para conseguir equilibrar o número de infectados com a capacidade assistencial.
Recorde em SP
São Paulo confirmou mais 12.244 casos do novo coronavírus, ontem, o maior número registrado em 24 horas no estado. Com isso, a unidade federativa ultrapassou a marca de 300 mil casos. O epicentro da doença no Brasil também registrou mais 321 mortes pela covid-19 e já soma 15.351 vítimas da doença. Em junho, São Paulo chegou a registrar 19.030 casos, mas o alto número se deu pelo acúmulo de infectados inseridos no sistema após dois dias de falhas para registrar a entrada de registros no sistema de notificação.
Segundo o secretário de Saúde do estado, José Henrique Germann, o governo prevê que até o fim da primeira quinzena de julho, São Paulo tenha entre 18 mil e 23 mil mortes e de 335 mil a 470 mil casos confirmados pela doença. Durante a coletiva diária da Secretaria de estado, o coordenador do Centro de Contingência ao Coronavírus, Paulo Menezes, associou o aumento no número de confirmações à ampliação da testagem. “Acho que o principal comentário é a ampliação da capacidade de testagem de casos leves pelos laboratórios da rede pública. Hoje, tivemos 30% de testes rápidos”, disse.
Outros estados
Metade das unidades federativas do país já possui mais de mil mortes pelo novo coronavírus. Depois de São Paulo, o segundo estado mais afetado em números absolutos é o Rio de Janeiro, que possui 116.823 casos e 10.332 óbitos. Em terceiro está o Ceará, com 6.284 registros. Ontem, o Pará bateu mais de 5 mil perdas, com 5.004. Próximo a atingir a marca será Pernambuco, que já tem 4.968 mortes.
Os outros oito estados com ao menos mil óbitos são: Amazonas (2.862), Maranhão (2.119), Bahia (1.947), Espírito Santo (1.728), Rio Grande do Norte (1.103), Alagoas (1.091), Minas Gerais (1.059) e Paraíba (1.044). (BL e MEC)
“Ao identificar um sintoma, a recomendação do Ministério da Saúde é que o paciente procure o médico, por mais leve que seja”
Élcio Franco, secretário-executivo da pasta