No ranking da desinformação sobre o tema, os brasileiros só ficaram atrás dos indianos nos 16 países onde o Ipsos fez as mesmas perguntas. Na média desses países, apenas 11% dos entrevistados compraram a ideia de que o medicamento traria a cura.
Na Índia, essa taxa chegou a 37% - o dobro do Brasil. Também lá o governo promoveu a tese de que a hidroxicloroquina ou a cloroquina seriam a solução. Nos Estados Unidos, onde ocorreu o mesmo, 12% acreditaram na eficácia da droga. Já no Reino Unido foram apenas 2%.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) chegou a testar a cloroquina em pacientes de covid-19, mas suspendeu as pesquisas no final de maio e em definitivo na metade de junho, após não constatar redução de mortalidade. O medicamento, que nunca foi encarado por médicos e cientistas como cura para covid-19, mas apenas como possível tratamento auxiliar, pode provocar efeitos colaterais graves.
No Brasil, a cloroquina esteve no centro de ondas de desinformação sobre covid-19 nas redes sociais - diversos rumores e teorias conspiratórias foram desmentidos pelo Estadão Verifica, desde o início da pandemia. Uma das checagens, realizada em parceria com outros veículos do Projeto Comprova, envolvia a falsa acusação de que um grupo de pesquisadores brasileiros teria aplicado uma dosagem letal de cloroquina em pacientes com covid-19 para causar descrédito sobre o medicamento no tratamento contra a doença.
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O Ipsos fez a pesquisa no final de maio, e a partir desta segunda-feira (29) a distribui entre seus clientes. Foram entrevistadas mil pessoas em cada um dos 16 países participantes A margem de erro é de 3,5 pontos porcentuais.