O Brasil é o país que mais registrou novos casos de coronavírus no mundo nos últimos dias, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). E a pandemia de covid-19 deu mais uma prova, ontem, de que está longe de dar uma trégua aos brasileiros. Segundo o Ministério da Saúde, mais 30.476 novos casos da doença foram confirmados no país neste domingo.
O número de mortes decorrentes de coronavírus, por outro lado, desacelerou. O indicador estava há cinco dias consecutivos marcando cerca de mil óbitos a cada 24 horas. E, ontem, registrou 552 mortes, segundo os dados oficiais do Ministério da Saúde. Com isso, chegou a 1.344.143 o número de casos e a 57.622 o total de vítimas da pandemia do novo coronavírus no Brasil.
O recuo do número diário de mortos, contudo, ainda não pode ser entendido como um alívio. Os dados do governo explicam que, normalmente, há uma queda nos registros oficiais do coronavírus nos fins de semana. Na semana passada, por exemplo, o número de mortes registradas em 24 horas passou de 1.002 no sábado, para 641 no domingo e 654 na segunda-feira, mas logo depois apresentou um pico de 1.370 mortes na terça-feira.
Por isso, a preocupação ainda é grande com o avanço da covid-19. Tanto que, ontem, o Coletivo Resistência e Ação plantou mil cruzes de madeira no gramado da Esplanada dos Ministérios em memória às vítimas da pandemia. O ato, que contou com o apoio de partidos da oposição, lembrou que o Brasil tem o segundo maior número de casos e de mortes por coronavírus no mundo e continua vendo uma alta da curva de contágio de covid-19.
Manifestantes pedem um posicionamento mais efetivo do governo de Jair Bolsonaro no enfrentamento à pandemia. Nas redes sociais, internautas de todo o mundo também pediram que o presidente não negue o perigo da pandemia. A hashtag #StopBolsonaroMundial chegou a ficar entre os assuntos mais comentados do Twitter no Brasil.
O Palácio do Planalto não comentou os atos. Os Ministérios da Saúde e da Defesa informaram que, hoje, dão início a uma missão em Roraima para ampliar a assistência a cerca de 75 mil indígenas das terras Yanomami e Raposa Serra do Sol. O avanço do coronavírus nos povos tradicionais preocupa, assim como a interiorização do vírus no Brasil.