De acordo com especialistas, a alta taxa de contágio pode ser justificada pela flexibilização feita em diversos estados e municípios. O estado de São Paulo, por exemplo, anunciou em 27 de maio o plano de retomada da economia. Na capital, o comércio de rua foi reaberto em 10 de junho. Os shoppings, um dia depois. “Uma flexibilização feita sem segurança influencia diretamente na taxa de contágio. O que está aparecendo, agora, é resultado de atos de 15 dias atrás”, alerta Carlos Machado, pesquisador da Fiocruz.
O especialista afirma que a retomada de atividades em grande parte do Brasil foi feita de maneira insegura. “O que está ocorrendo é temerário. Para se ter segurança na flexibilização, é necessária uma queda sustentada de casos e óbitos, pelo menos nos últimos 15 dias. Não tivemos isso. O que tivemos foi uma desaceleração do crescimento e uma diminuição da tendência de crescimento”, disse.
O Ministério da Saúde chegou a constatar que era possível observar uma tendência de estabilização da curva da covid-19 no país. O secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Correia, afirmou, em 18 de junho, que o Brasil entrava no platô. No entanto, uma nova avaliação, com base no fechamento da semana epidemiológica 25, mostrou que o país teve um aumento significativo de novos casos. A região Norte foi a única que apresentou redução no número de casos e óbitos pela covid-19. (BL e MEC)