O vídeo que o Estado de Minas teve acesso mostra o policial penal saindo do seu carro, um sedan branco. Ele se dirige até a caminhonete prata estacionada ao lado, e o motorista desse segundo veículo abre a porta com as mãos para o alto.
Neste momento, o servidor público dá uma coronhada na cabeça da vítima. Na sequência, outro golpe com a arma de fogo. Ele ainda acerta um chute no rosto do homem, que estava caído no chão, e o ameaça com a pistola nas mãos.
Segundo fontes ligadas ao sistema prisional informaram à reportagem, o homem que dá as coronhadas é agente penitenciário lotado na Nelson Hungria, presídio de segurança máxima localizado em Contagem, na Grande BH.
A mesma fonte disse que a reação explosiva do agente aconteceu depois de uma briga de trânsito, iniciada após uma "fechada".
Conforme o boletim de ocorrência registrado junto à Polícia Militar, a vítima confirmou a versão de que houve uma briga de trânsito no Anel Rodoviário. O agente penitenciário chegou a apontar a arma para o carro do outro homem, o que o motivou a parar no posto.
No estabelecimento, o agente teria dito as seguintes palavras para coagir o homem: "Eu sou delegado de polícia. Você vai tirar vidas desse jeito. Seu filho de uma ***, desgraçado".
O policial penal, segundo a versão do homem agredido à polícia, também tirou fotos da carteira de habilitação da vítima. E o ameaçou de represálias se o caso fosse parar na polícia.
Estado se manifesta
Procurada, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) confirmou a informação de que o homem é servidor do governo.
A pasta esclareceu que um procedimento administrativo foi instaurado pela Corregedoria do Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen) para apurar o caso.
A Sejusp, por meio do Depen, reforçou, ainda, "que não compactua com quaisquer desvios de comportamento de seus profissionais".
Polícia espera representação
A reportagem também procurou a Polícia Civil para saber se há investigação criminal em curso. A instituição de segurança pública informou que "procederá às devidas apurações após o comparecimento da vítima à Delegacia Adida ao Juizado Especial Criminal".
De acordo com a polícia, conforme a legislação, é necessário que a vítima, no caso do crime de lesão corporal, represente contra seu agressor em uma delegacia.
Caso isso aconteça, a polícia esclarece que vai qualificar o suspeito e realizará exame de corpo de delito.