Brasil

Equação matemática pode ajudar a enfrentar o coronavírus

Modelo criado por startup e usado em São Paulo para prever a demanda de UTIs e respiradores, é capaz de determinar o período entre a pessoa estar infectada e se recuperar

A pandemia do novo coronavírus mobilizou diversas empresas a desenvolverem estratégias que possibilitam o enfrentamento da COVID-19. A Aerothermal Solutions (ATS), startup que combinava técnicas computacionais com metodologias da engenharia tradicional, investiu no ramo da biotecnologia e criou um modelo matemático para combater a doença. 

Segundo a ATS, a equação matemática é capaz de determinar o período entre a pessoa estar infectada e se recuperar. Também estima a quantidade de leitos de enfermaria e de UTI que serão utilizados a cada dia na rede de tratamento da doença e ainda prevê o número de mortes e novas contaminações. 

Essa equação é baseada no modelo Lokta-Volterra, que prevê o número de pessoas suscetíveis, expostas, assintomáticas, infectadas, recuperadas e mortas de uma doença, segundo o CEO da ATS, Guilherme Silva. “O modelo é ajustado com dados reais de infectados, recuperados e mortos. Assim pode-se usar para a previsão para frente no tempo”, explica. 

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E a proposta da Aerothermal Solutions foi incorporada a uma ferramenta elaborada pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) para auxiliar o estado de São Paulo no controle da doença. “O governo de São Paulo tem usado ferramentas científicas para prever a demanda de UTIs e respiradores. É com muita satisfação que vemos essa tecnologia sendo aplicada para salvar vidas. Foi uma colaboração sem ganho (pró-bono) de cunho humanitário que usou nossa capacidade de entender os problemas e transformar em linguagem matemática”, comemora.

E segundo a ATS, esse modelo já abrange vários países e foi validado com dados da China, Estados Unidos, Itália, Alemanha e Espanha. Agora está sendo desenvolvido uma previsão para todos os estados brasileiros, sendo os primeiros São Paulo, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Ceará, Pará, Amazonas e Pernambuco.

*Estagiária sob supervisão da editora-assistente Vera Schmitz.