Correio Braziliense
postado em 12/06/2020 16:40
Advocacia-Geral da União entrou com uma petição contra a determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) de voltar a divulgar na íntegra as atualizações sobre casos e mortes pelo novo coronavírus no Brasil. O pedido foi protocolado na noite de quinta-feira (11/6) sob a alegação de que não houve omissão de dados ou prejuízo às informações, apenas problemas transitórios devido a atualizações na plataforma do Ministério da Saúde.
Como argumento, o advogado-geral da União, José Levi, alega que, o Poder Judiciário atuou como legislador positivo, atividade que está fora da responsabilidade a ele aferida. "Os autores pretendem, principalmente, substituir os critérios adotados pela Administração Pública por outros que entendem mais adequados, e o deferimento de sua pretensão implicaria que a condução de determinadas políticas públicas relacionadas ao enfrentamento da pandemia fossem ditadas pelo Poder Judiciário, e não pelo Poder Executivo Federal, o que vulneraria a separação de Poderes", explica na manifestação.
Na ação, apresentada pelos partidos Rede Sustentabilidade, PSOL e PCdoB, os autores sustentam que, ao atrasar a divulgação de dados e, depois, anunciar que iria fazer as atualizações levando em conta a data dos casos e mortes e não o dia em que foram inseridos no sistema, o Ministério da Saúde agiu com o intuito de omitir dados e alegaram haver tentativa de "manipulação estatística do Governo Bolsonaro".
Saiba Mais
A manifestação da AGU foi encaminhada ao ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no STF. Cabe a ele deferir ou não a contestação do governo federal.
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