Uma instalação da ONG Rio de Paz montada na Praia de Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro, foi vandalizada na manhã desta quinta-feira (11). Três homens e uma mulher que passavam pelo local agrediram verbalmente os voluntários que chamavam atenção para as milhares de mortes provocadas pela pandemia do novo coronavírus no Brasil.
A ONG Rio de Paz organizou a abertura de 100 covas rasas nas areias da praia, simbolizando as mortes pela COVID-19, em uma crítica à condução da crise sanitária pelo governo federal. Um dos agressores derrubou as cruzes que simbolizavam as vítimas fatais da pandemia.
Vídeos que circularam nas redes sociais mostram cenas do distúrbio. Segundo testemunhas, um senhor que passava pela orla de Copacabana na hora da confusão saiu em defesa do ato, recolocando de pé as cruzes derrubadas na areia, enquanto declarava, emocionado e indignado, ter perdido um filho saudável de apenas 25 anos para a COVID-19.
Diante da bronca do pai que perdeu o filho, os agressores se afastaram da instalação. Mas alguns ainda tentaram, aos berros, impedir que o presidente da ONG concedesse entrevista a uma rede de televisão.
Os organizadores do evento informaram que nem os agressores nem o senhor que defendeu a manifestação pela vida se identificaram para os voluntários presentes na ação. A ONG Rio de Paz esclareceu que é um movimento suprapartidário e que não recebe verbas públicas de qualquer espécie.
O país já tem quase 40 mil mortes pelo coronavírus. O total de infectados já passa de 775 mil, segundo dados coletados pelo consórcio de imprensa com informações de secretarias estaduais de saúde até quarta-feira, 10.
Os organizadores do protesto argumentam que houve uma "sucessão de erros" cometidos pelo governo federal na condução da crise sanitária e pedem mudanças na postura do presidente Jair Bolsonaro em suas manifestações sobre o isolamento social, sobre as mortes provocadas pela doença e sua participação em atos antidemocráticos.
Segundo o presidente do Rio de Paz, Antônio Carlos Costa, se não houver mudança de rumo na condução da crise, o Brasil será o país com o maior número de mortos pela COVID-19.