Brasil

Covid: pesquisadores brasileiros desenvolvem teste mais acessível

O exame detecta o vírus por meio da saliva e possibilita usar reagentes e produtos que não estão em falta no mercado

Com dificuldade de aplicar testagem em massa para controlar a disseminação do novo coronavírus, o Brasil é atualmente o país com maior aumento de casos diários de infectados e mortos pela doença. Estudos estimam que, mesmo sendo a segunda nação com maior número de casos absolutos, a subnotificação é tão alta que os dados divulgados chegam a ser 10 vezes inferiores aos números reais. Pensando nisso, pesquisadores brasileiros desenvolveram um exame molecular de baixo custo e mais acessível que consegue identificar a covid-19 por meio da saliva. 

Segundo a assessoria de imprensa do Hospital Sírio-Libanês, o teste não precisa de aprovação da Anvisa, "pois é um protocolo que usa técnicas que já existem."

Para atender a demanda represada, o laboratório brasileiro Mendelics, em parceria com o Hospital Sírio-Libanês, desenvolveu um novo teste que permite processar 110 mil amostras por dia. O método leva 1 hora, e, segundo os responsáveis, possui uma especificidade de 100%. Neste momento está sendo realizado projeto piloto com 50 mil vidas e não foram identificados resultados falso-positivos.

"Assim que começou a pandemia todos reconhecemos que deveríamos pensar em soluções que contribuíssem para o bem-estar de toda a população. O novo teste alivia a demanda reprimida e viabiliza a testagem em larga escala e sistemática no Brasil", diz Laércio Cosentino, presidente do conselho da Mendelics.

Para os desenvolvedores, esse teste é o que possui maior capacidade de processamento lançado no Brasil até o momento. Ele custa em torno de R$ 95 e não depende de equipamentos e reagentes atualmente escassos.

Além disso, é considerado um método mais seguro, já que, em vez de precisar ser coletado pelo nariz por meio de um instrumento longo capaz de chegar até a garganta, depende apenas da saliva depositada diretamente em um recipiente. Assim, evita-se um movimento involuntário que pode expelir o vírus, aumentando o risco de infecção para os profissionais da saúde.

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"Por ser realizado na saliva, ter um poder de processamento muito rápido, que permitirá realizar mais exames em menos tempo, podendo oferecer aos brasileiros ferramentas que permitam controlar melhor a transmissão dessa infecção", explica Luiz Fernando Lima Reis, diretor do Sírio-Libanês Ensino e Pesquisa.

A proposta é que, assim que for aprovado pelos órgão reguladores de saúde, o protocolo para o teste será liberado para outros laboratórios, a fim de aumentar a capacidade de testagem e sanar essa defasagem brasileira que atrapalha no controle da pandemia.