Brasil

Testemunha mata policiais, sequestra mulher e é morto horas depois em MS

Segundo a Polícia Civil, o acusado não foi revistado e nem algemado por ser testemunha. No meio do trajeto no carro da corporação, ele sacou uma arma e atirou na nuca dos policiais

Correio Braziliense
postado em 10/06/2020 14:26

Ozéias morreu em confronto com policiais, após ter matado dois investigadoresEnquanto era transportado junto com um homem preso por violência doméstica, uma testemunha sacou uma arma e matou dois policiais, na tarde dessa terça-feira (9/6), em Campo Grande (MS). Em seguida, ele fez uma motorista de refém e fugiu do local. Horas depois, o autor foi morto em confronto com policiais, de acordo com a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul (PCMS).

Segundo a corporação, Ozeias Silveira de Morais, de 44 anos, era transportado com um homem, de 30 anos, no banco traseiro em um carro descaracterizado da Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos (DERF) Mas, por ser testemunha, não estava algemado.

Ainda de acordo com a polícia, pelo mesmo motivo, Ozeias não foi revistado e, com isso, os dois agentes que conduziam o carro não perceberam que ele estava armado. Durante o trajeto, o homem teria sacado um revólver calibre 38 e atirado na nuca dos policiais, não dando chance de defesa.

Em seguida, a testemunha teria sequestrado uma motorista e obrigado ela dirigir até um cemitério próximo ao local. Lá ele abandonou a mulher e o carro e pegou um táxi. O homem preso por violência doméstica foi encontrado caído no chão, ao lado do carro da polícia e sem ferimentos.

Ozeias só foi localizado horas depois, por volta das 4h30 desta quarta-feira (10/6). Mas ele não se entregou e sacou a arma de fogo contra os policiais, que reagiram e acertaram o homem com três tiros. Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu. A Polícia Civil, a Militar, a Polícia Rodoviária Federal e a Guarda Municipal participaram da ação.

A polícia não informou de qual crime Ozeias era testemunha. Mas, de acordo com o portal Campo Grande News, o homem preso é um vigilante de uma joalheria e é suspeito de roubar o local de trablaho. No momento da prisão por violência doméstica, ele teria apontado Ozeias como testemunha. 

 

Delegados explicam ocorrência

 

Em coletiva, na manhã desta quarta-feira, o delegado-geral da Polícia Civil do Mato Grosso do Sul, Marcelo Vargas Lopes, juntamente com o delegado-geral adjunto, Adriano Garcia Geraldo, o secretário adjunto de Segurança,  coronel Ary Carlos Barbosa e delegados que participaram da investigação participaram de uma Coletiva de Imprensa para falar sobre a atuação das equipes.

 

Segundo eles, as armas dos agentes mortos eram .40 e estavam travadas, ou seja não foram usadas. A arma que Ozeias teria usado está registrada no nome dele. Ele é vigilante e tem autorização.  A perícia não notou marcas de disparos no veículo.

 

Os agentes envolvidos na ocorrência já foram ouvidos, de acordo com a Polícia Civil. O caso foi registrado como homicídio qualificado (pela traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido); homicídio agravado (se praticado contra a autoridade ou agente integrantes do sistema prisional e da força nacional de segurança pública, no exercício da função ou em decorrência dela); roubo majorado pela restrição de liberdade da vítima; roubo majorado se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo e homicídio decorrente de oposição a intervenção policial.

Os agentes

Os policiais mortos foram identificados como Antônio Marcos Roque da Silva e Jorge Silva dos Santos. “A Polícia Civil, consternada, lamenta o fatídico episódio e se solidariza com os familiares dos policiais vitimados, os quais eram tidos como excelentes profissionais e muito queridos no meio Policial. Perde a Polícia Civil; perde a sociedade campo-grandense; perde o estado do Mato Grosso do Sul”, diz, em nota, a PCMS.

Jorge tinha 50 anos era casado e sem filhos. Policial civil há 18 anos, estava lotado na DERF. Antônio, 39, também era casado e tem dois filhos (2 e 4 anos de idade). Era agente da Civil há 14 anos, lotado na DERF.

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