O Ministério da Saúde está apostando em uma pesquisa da Universidade de Oxford, na Inglaterra, para conseguir uma vacina contra a covid-19, e espera que isso aconteça ainda no segundo semestre deste ano, segundo o ministro interino, Eduardo Pazuello. “São 16 as mais promissoras possibilidades. Dentre as 16, elencamos três. A melhor de todas, que estamos apostando as fichas, é na de Oxford”, disse.
Segundo o general, a vacina “pode acontecer ainda na metade do segundo semestre deste ano” e o ministério está apostando nisso. “Já estamos fazendo parte do processo para que a gente tenha o direito até de produzi-la no Brasil, e quiçá para a América do Sul”, disse. As outras duas vacinas citadas por ele estão sendo desenvolvidas nos Estados Unidos e na China.
“Nós também estamos monitorando e participando. Não é colocar todos os ovos em uma cesta”, disse, pontuando que o país ainda trabalha em dois protocolos nacionais.
O Brasil deve iniciar testes com a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford ainda neste mês. O país será o primeiro país, após a Inglaterra, a testar a vacina. A autorização foi publicada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no último dia 2.
Na Inglaterra, os testes já foram feitos em humanos para avaliar a segurança da vacina. De acordo com a Anvisa, os resultados mostraram que o perfil de segurança do medicamento foi aceitável. A nova etapa de testes, chamada de fase três, é uma etapa serve para confirmar se a vacina é segura e eficaz.
O prazo para observar os resultados de uma vacina normalmente variam entre um ano e um ano e meio. Neste caso, o tempo estipulado foi de dois meses, "por se tratar de uma situação emergencial”, estimam os responsáveis pela testagem no Brasil. Em São Paulo, o Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) conduzirá as avaliações, que contarão com o apoio do Ministério da Saúde.
Serão selecionados dois mil voluntários que estejam na linha de frente do combate a covid-19, por estarem mais expostos a uma contaminação pelo novo vírus. Esses participantes não podem ter contraído a doença anteriormente.
OMS
Na tarde deste terça-feira (9), mesmo após a ameaça de Bolsonaro em romper relações com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o diretor de doenças transmissíveis da Organização Pan-americana da Saúde (Opas), Marcos Espinal, descartou hipóteses de ruídos na cooperação por parte da entidade.
“A organização está pronta para continuar apoiando o Brasil. Não vamos permitir que vacinas ou medicamentos novos deixem de chegar, porque vamos facilitar isso”, tranquilizou Espinal sobre a manifestação do temor de pesquisadores e autoridades brasileiras de serem prejudicados em tratativas que disponibilizem acesso a novos tratamentos e imunização contra a covid-19.