O Brasil tem 38,45% de perda de água potável, de acordo com estudo realizado pelo Instituto Trata Brasil, em parceria com a organização Water.org, dos Estados Unidos. Isso significa que, para cada 100 litros de água captada, tratada e potável, 38 litros não chegam oficialmente a ninguém. Os motivos vão desde vazamentos e roubos por meio de “gatos” a erros de leitura dos hidrômetros.
A pesquisa tem como base os dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) para o ano de 2018. Foi constatada perda de 6,5 bilhões de m³, o que equivale a 7,1 mil piscinas olímpicas por dia. Isso significou perda de R$ 12 bilhões dos recursos investidos em saneamento básico no Brasil naquele ano. De acordo com a análise de cenários desenvolvida pelo instituto, caso o país reduzisse a perda de água para 20%, teria um ganho líquido de R$ 30,9 bilhões.
Contudo, ocorre o contrário: o índice de perdas nos sistemas de distribuição do Brasil está piorando com o passar dos anos. Em 2014, o país registrou perda de 36,7%. Quatro anos depois, o indicador subiu 1,75 ponto percentual, chegando a 38,45%. A redução dessas taxas permitiria que mais pessoas tivessem acesso ao recurso, já que, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 31,1 milhões de brasileiros não têm acesso a água fornecida por meio da rede geral de abastecimento.
*Estagiária sob supervisão de Fernando Jordão