Edimilson Migowski arrisca até a estimar que "se deixasse esses pacientes evoluírem de uma forma natural, sem medicar, teria em torno de 8% a 10% de morte", pois no grupo observado também haviam pacientes considerados de risco. "Eu não tive pacientes graves, porque os tratei desde o início", pontua. Na avaliação do infectologista, atualmente o sistema de saúde brasileiro investe muito na consequência dos danos do vírus e não na fase inicial, que seria o ponto crucial para evitar a evolução até o estágio mais grave.
A substância usada para tratamento pelo médico infectologista é a Nitazoxanida, que também vem sendo usada em testes liberados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na busca por um medicamento no combate à covid-19 com outra composição. O médico Edimilson Migowski ressalta ainda o fator positivo de ser um medicamento vendido no Brasil apenas com receita médica, pelas especificidades de cada paciente.
A Nitazoxanida também é defendida pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, que mudou o protocolo para testes de medicamentos para a covid-19. O protocolo passou a promover testes logo nas primeiras 24h a 48h após iniciados os sintomas, diferentemente de antes em que os testes foram voltados a pacientes já graves. "Agora esse protocolo vai provar que essa medida é inteligente e que vai evitar as formas graves da doença", defende Migowski.
Demora no resultado do exame da covid-19
O exame realizado no início da manifestação dos sintomas de covid-19 demora muito tempo para dar o resultado e não tem uma alta precisão. "Portanto não é possível se basear nesse teste para começar a medicação, além de ter dado o resultado de falso-negativo em 29% de pessoas que estavam infectadas", diz o infectologista. "Se o tratamento precoce for feito de forma eficiente, mesmo uma 'meia dúzia' de leitos de UTI em cada cidade provavelmente será suficiente para atender esses casos que venham a agravar, a despeito de uma boa medicação feita logo no início dos sintomas", conclui.
Para que essa estratégia seja eficiente, é fundamental orientar a população sobre os sintomas da covid-19. São eles: dor de cabeça, dor de garganta, perda de olfato e paladar, boca amarga, dor abdominal, diarreia, vômito, nauseas, prisão de ventre, muita dor no quadril, a dor é muito relatado mas o mais frequênte é a sensação de febre sem temperatura elevada, muita preguiça, alguns dormem muito tempo. Os sinais da covid-19 são muito variados. Então todo e qualquer manifestação clínica em conjunto pode ser rotulado.