Um jovem de 19 anos morreu durante uma operação policial no Morro da Providência, área central do Rio de Janeiro, na quinta-feira (21/5). Rodrigo Cerqueira foi atingido por disparos em um dos acessos à comunidade.
Segundo os relatos, voluntários ligados ao Pré-Vestibular comunitário Machado de Assis começavam a entregar cestas básicas às famílias prejudicadas pela pandemia de covid-19 na comunidade quando começou a troca de tiros entre a Polícia Militar e traficantes. Um dos disparos atingiu o rapaz, que, segundo testemunhas, estaria trabalhando em uma barraca de doces.
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A polícia alegou ainda que o jovem foi socorrido, mas que durante o atendimento, os moradores tentaram "investir" contra os policiais. Esse momento foi registrado em vídeo pelo perfil do pré-vestibular nas redes sociais. "As imagens são duras mas dizem por si só a realidade: polícia assassina leva o corpo do jovem que ela matou hoje", diz a publicação.
"Mais uma família pobre, negra e favelada que perde um ente querido nessa sanha sangrenta da insegurança pública. Até quando?", disse a presidente da Comissão dos Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), deputada Renata Souza (Psol) nas redes sociais. A parlamentar informou que a família do jovem está sendo acompanhada pela comissão.
Violência
Um levantamento da rede de observatórios da Segurança, no Rio de Janeiro, aponta um aumento de 57,9% no número de mortes em operações policiais, no mês de abril, em comparação com o mesmo período de 2019.
Outro caso envolvendo violência policial repercutiu no país no início da semana. O adolescente João Pedro Mattos, de 14 anos, foi baleado durante uma operação conjunta da Polícia Civil e da Polícia Federal no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo na segunda-feira (18/5).
O menino brincava com os primos dentro de casa quando foi atingido na barriga por um tiro de fuzil. Ele foi levado por um helicóptero e a família só conseguiu localizar o corpo na manhã desta terça-feira, no Instituto Médico Legal (IML).