O ministro ressaltou que a expectativa sobre o medicamento, que não tem efeitos colaterais, é grande. “Estamos na busca de concluir os testes com 500 pacientes. A demora é na entrada dos pacientes”, disse. Como na segunda fase, a pessoa contaminada não precisa apresentar sintomas, o ministro sugeriu que mais voluntários procurem um dos 17 hospitais onde os testes clínicos estão sendo realizados. “Se eu estivesse com covid-19 iria fazer o teste”, disse.
Apesar de ter dito quando apresentou a nitazoxanida como remédio secreto em estudo que em meados de maio já poderia divulgar resultados, o ministro Pontes assinalou hoje que o protocolo não permite informar “resultados parciais”. “Uma comissão externa vai avaliar. O número de pacientes depende de uma estatística e o resultado só será revelado por essa comissão”, reiterou.
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Sem efeito adverso
Para o médico infectologista José David Urbaez, diretor científico da Sociedade de Infectologia do Distrito Federal, a vantagem da substância é que o perfil de efeito adverso não tem problemas como cloroquina. “O que mais seduz é que é uma droga que se usa sem efeito colateral. Então não estaria colocando ninguém em risco, porque já se usa para infecções gastrointestinais virais”, destacou.
No entanto, o médico faz as mesmas ressalvas que a comunidade científica faz para a cloroquina. “Isso só pode ser feito em ensaios clínicos, com testes em animais e depois em humanos. Pularam algumas fases. Estamos pagando o preço de, quando houve a Sars, em 2003, a indústria farmacêutica largou as pesquisas, porque não tem interesse em saúde pública, só em lucro”, disse. Se os estudos não tivessem sido interrompidos haveria um avanço, como ocorreu com a influenza. “Quando chegou o H1N1, não era totalmente novidade. Agora, estamos partindo do zero com o Sars-Cov-2”, explicou.
O especialista acrescentou que o protocolo que o MCTIC está adotando na nova fase faz sentido. “Quando a gente não conhece direito, divide os grupos de pacientes. A hipóteses de pegar pacientes com casos leves é para que a intervenção detenha a evolução para o caso grave”, ressaltou.
Em Brasília, os testes clínicos com a nitazoxanida estão sendo realizados no Hospital das Forças Armadas (HFA) e no Hospital Regional da Asa Norte (Hran). Confira a lista com o outros 15 hospitais:
Rio de Janeiro
- Hospital Central da Aeronáutica
- Hospital da Força Aérea do Galeão
- Hospital Naval Marcilio Dias
- Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE)
Estado de São Paulo
- São Paulo: Hospital da Força Aérea de São Paulo – HFASP
- Mogi das Cruzes: Hospital das Clínicas Luzia de Pinho Melo
- São Caetano do Sul: Complexo Hospitalar Municipal de São Caetano do Sul
- Barueri: Hospital Municipal de Barueri
- Sorocaba: Hospital Regional de Sorocaba Dr Adib D Jatene- Bata Branca
- São Miguel: Hospital Geral de São Mateus (Aguardando aprovação da CONEP)
Belo Horizonte
- Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte
- Hospital Mater Dei S.A. (Aguardando aprovação da CONEP)
Recife
- Hospital das Clínicas da UFPE
Manaus
- Complexo Hospitalar Nilton Lins
Curitiba
- Complexo do Trabalhador de Curitiba