Em um breve discurso, o ex-ministro da Saúde, Nelson Teich, se despediu do cargo após ficar 28 dias no comando do Ministério da Saúde. Sem explicar o motivo do pedido de demissão feito mais cedo nesta sexta-feira (15/5), Teich reforçou que não é simples estar a frente da pasta durante o pandemia do novo coronavírus e agradeceu a oportunidade ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
“A vida é feita de escolhas e eu hoje escolhi sair. Dei o melhor de mim nesse período que estive aqui. Não é uma coisa simples estar a frente de um ministério como esse em um esse período tão difícil. Agradeço ao meu time que sempre esteve ao meu lado”, pontuou inicialmente.
Segundo bastidores, Teich já foi a reunião com Bolsonaro decidido a se demitir. O desconforto maior começou com a surpresa do decreto, em que ele não foi ao menos informado sobre as novas atividades que seriam incluídas como essenciais. Abertamente, o médico não explicitou o motivo da saída e tampouco fez de Bolsonaro alvo de ataques em seu discurso de despedida.
No discurso que durou cerca de seis minutos, Teich falou ainda sobre a oportunidade que teve ao exercer o cargo de ministro da Saúde.
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Segundo pessoas próximas do governo, a relação entre Teich e Bolsonaro sempre foi de respeito e, sem interesse político, Teich tinha um diálogo aberto e franco. Ao público, essa liberdade era suprimida, entendendo o ministro o papel subserviente ao presidente.
Ações
Teich ainda ressaltou as poucas ações que fez durante o breve comando da pasta. “Foi construído um programa de testagem, que está pronto para ser implementado. Isso vai ser importante para que a gente entenda a situação da covid-19 no Brasil e a sua evolução”, disse.
Teich também lembrou das viagens em que fez como ministro, quando visitou o Amazonas e Rio de Janeiro e ressaltou o trabalho dos profissionais de saúde. “Quando você vai na ponta e vê o dia-a-dia dessas pessoas você se impressiona”, exaltou.