O Rio terá novos respiradores para serem usados nos casos mais graves da infecção e tomógrafos, aparelhos que permitem a detecção precoce da doença.
“Ao lado de cada tomógrafo vai ter uma pequena enfermaria. Aquela pessoa que vem descompensada, na diabetes ou pressão alta, já vai ficar ali para ser cuidada, mudando aquela estratégia de início, que as pessoas iam para casa. Tinha esse medo de fazer com que os leitos ficassem esgotados, havia poucos leitos. Então, voltasse se tivesse febre ou falta de ar. Agora, não. Agora estamos mais preparados, graças a Deus, e agora não se pode esperar isso, tem que começar o tratamento já”, afirmou o prefeito, durante entrevista.
Hoje, o Rio recebe 150 respiradores, monitores e bombas infusoras, além de um milhão de máscaras e óculos, a serem usados por médicos, enfermeiros e técnicos para a proteção individual, vindos da China. Ontem, chegou a primeira remessa desses equipamentos.
Hospitais terão novos respiradores
Segundo Crivella, essas duas remessas possibilitarão o pleno funcionamento do Hospital de Campanha da Prefeitura, no Riocentro, com 80 novos respiradores e do Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, que receberá 200 novos respiradores. Outros 20 irão para a Coordenação de Emergência Regional (CER) Leblon, na zona sul da cidade.
Os equipamentos que estão atualmente nesses locais, segundo Crivella, estão em ótimo estado e serão disponibilizados para outros hospitais. “Equipamentos novos são importantes nesses hospitais porque aqui nesses hospitais tenho os casos mais graves. Então, as pessoas que estão com casos mais graves vão ter oportunidade de ter o equipamento mais novo”, explicou.
Além dos respiradores, Crivella ressaltou que a prefeitura segue com a instalação de tomógrafos, que permitem a detecção precoce da doença. Os aparelhos deverão chegar ainda esta semana à Rocinha e Cidade de Deus, no Rio.
Medidas de isolamento
As medidas de isolamento social adotadas pela cidade do Rio de Janeiro podem se estender dependendo da curva de contágio pelo novo coronavírus.
“Na medida em que tenhamos leitos disponíveis em boa quantidade e curvas baixando, claro que vamos voltar. Não tem um carioca que não queira. Mas, temos que voltar com nível de infecção baixo e que não coloque em risco pessoas com comorbidade [ocorrência de duas ou mais doenças relacionadas no mesmo paciente] e [desde que] tenhamos leitos para atender as pessoas”, disse.
A prefeitura do Rio de Janeiro bloqueou, até o momento, 13 áreas da cidade, que passaram a ter restrições à circulação de veículos e pedestres, visando evitar a expansão do novo coronavírus. Essas regiões ficarão cercadas por grades pelo menos até o próximo dia 18.
De acordo com o secretário municipal de Ordem Pública, Gutemberg Fonseca, não se pode chamar as medidas adotadas de lockdown, que é o confinamento de pessoas. “Vamos chamar de bloqueio, bloqueio parcial. O bairro todo não está bloqueado, mas o fluxo em pontos que persistem como pontos de aglomeração. A aglomeração hoje é nossa inimiga”, disse.
Sobre a reabertura de academias e salões de beleza, Crivella diz que ainda não é o momento para isso. “O presidente Bolsonaro, em seu decreto, deixou, no final, explícito que governadores e prefeitos poderiam, de acordo com a situação, tomar as decisões que achassem melhores. Não é impositivo”, disse e acrescentou: “Nós estamos vendo o Rio de Janeiro e entrando em contato com ele e explicando, aqui, as nossas preocupações com as curvas, que subiram”.
Casos no Rio
O Rio de Janeiro, capital, concentra a maior parte dos casos de coronavírus registrados no estado. De acordo com o último boletim da Secretaria de Estado de Saúde, divulgado ontem (12), foram confirmados, no estado, 18.486 casos.
Saiba Mais
Em todo o país, de acordo com os últimos dados do Ministério da Saúde, 12,4 mil pessoas morreram em decorrência do novo coronavírus. Foram confirmados 177,6 mil casos de contaminação pelo vírus. Ao todo, pelo menos, 72,6 mil pessoas já se recuperaram da doença.