Correio Braziliense
postado em 13/05/2020 08:35
Em todo o planeta é comemorado ontem o Dia Internacional do Enfermeiro. Apesar de estarem na linha de frente no combate à covid-19, muitas vezes esses profissionais têm seus direitos negados, segundo a classe. Por isso, um grupo de enfermeiros, liderado pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Belo Horizonte (SINDIBEL), se reuniu em frente ao obelisco da Praça Sete com o intuito de chamar a atenção para a valorização da categoria durante a Semana da Enfermagem. Foram colocadas 98 cruzes no monumento, representando cada profissional da saúde morto no Brasil em meio à pandemia.Carregando cartazes de ordem, os enfermeiros destacaram o fato de que cerca de 90% dos trabalhadores da saúde recebem, a título de adicional de insalubridade, apenas R$ 71,70 por mês (ou R$ 3,58 por dia) para colocar em risco a própria saúde e a de seus familiares.
“O valor do adicional de insalubridade, além de não corresponder à justa retribuição ou compensação pelos riscos aos quais estes profissionais da saúde estão expostos, ficou sem o reajuste integral da inflação por cerca de 11 anos ou no período de 2007 a 2019, recebendo apenas reajuste de 2,53% em 2018 contra inflação acumulada de 105%, conforme o INPC apurado de 2007 a 2019”, explica Ilda Alexandrino, técnica de enfermagem e vice-presidente do Sindibel.
Durante a pandemia, o Sindibel vem solicitando à Prefeitura de Belo Horizonte que o adicional de insalubridade seja calculado conforme o salário-base, e que enquanto perdurar a pandemia seja concedido a todos os profissionais da saúde o pagamento do adicional de insalubridade no grau máximo (40%), pelo alto risco à saúde e à vida em função da contaminação pelo novo coronavírus.
De acordo com Observatório da Enfermagem do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), dos 98 profissionais mortos pela COVID-19 no Brasil, 25 são enfermeiros, 56 técnicos e 17 auxiliares de enfermagem. Além disso, 67% são mulheres. O número de casos já é maior do que nos Estados Unidos, país mais atingido pela pandemia no mundo e que contabiliza 91 mortes de profissionais. Em todo o mundo, 260 trabalhadores da área morreram, segundo levantamento da National Nurses United (NNU).
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