Uma pesquisa realizada pelo Centro de Análise Global de Doenças Infecciosas (MRC, na sigla em inglês) estima que as quarentenas no Brasil têm conseguido frear apenas metade do avanço esperado pela pandemia do novo coronavírus no país. O estudo relaciona o percentual de isolamento social com o indice de reprodução do virus (Rt), conceito que indica para quantas pessoas cada infectado transmite a covid-19.
O resultado que foi divulgado ontem pelo Imperial College, em Londres, inidica que as medidas de isolamento reduziram a mobilidade no Brasil em 29%, provocando uma queda de 54% no Rt, o que resultou em pouca efetividade no combate à transmissão acelerada do coronavírus no país. Como comparação, a quarentena na Itália diminuiu a mobilidade em 53% e o número de reprodução em 85%, sendo eficaz.
O número de reprodução (Rt) do vírus é um dos principais indicadores de controle da transmissão. Se esse número está acima de 1, significa que a velocidade de contágio é crescente: cada transmite contaminada passa o coronavírus a mais de uma pessoa, que por sua vez também a espalha para mais de uma, acelerando a infecção.
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Foram analisados 16 estados com números de mortes suficientes para gerar resultados estatísticos confiáveis. Em todos, o número de reprodução foi acima de 1. Santa Catarina foi o estado brasileiro analisado com o menor Rt, com 1,14 (variando de 0,91 a 1,38). Já o Pará registrou o maior, com 1,90 (de 1,57 a 2,31). Não por acaso, o estado com o pior inídice acabou instituindo o lockdown em 10 municípios nesta semana.