A saúde do estado do Amazonas pode sofrer intervenção federal nos próximos dias, devido ao caos no setor em função da disparada de casos da Covid-19. Requerimento nesse sentido foi aprovado em sessão virtual, segunda-feira, pela Assembleia Legislativa e, ontem, o líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (AM), entregou o pedido ao presidente Jair Bolsonaro. O estado tem 2.479 casos confirmados da doença e 207 mortes, de acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde.
Porém, é preciso que o governador Wilson Lima formalize o pedido de intervenção, pois é o único que pode fazer a solicitação. O ministro da Secretaria do Governo, Luiz Eduardo Ramos, disse que conduziria o assunto. “O Amazonas, em especial Manaus, tem vivido momentos dramáticos. O presidente ficou de orientar seus ministros a conversar com o governo do Amazonas para medidas emergenciais mais concretas. Não temos condição de sair do isolamento”, explicou Braga, depois do encontro que teve com Bolsonaro, junto com o presidente nacional do MDB, Baleia Rossi (SP).
O colapso no sistema de saúde do Amazonas desembocou na explosão no número de sepultamentos. O cemitério Nossa Senhora Aparecida, o maior de Manaus, teve que abrir valas comuns para conseguir enterrar as vítimas do novo coronavírus. No estado, chega a 2.479 casos registrados da Covid-19. O número de internados com a doença é de 190 — sendo 109 em UTIs. Outras 708 estão sendo atendidos na rede hospitalar com suspeita de estarem infectados.
MA, RJ e SP
No Maranhão, apesar de estar em situação melhor em comparação a outras unidades da Federação, o governador Flávio Dino se prepara para o pior. “Tenho um decreto pronto de lockdown (fechamento total de atividades) se a ocupação de leitos de UTI chegar a 80%”, disse, referindo-se à medida radical prevista para ser tomada na região metropolitana de São Luís.
O governo de São Paulo atualizou, ontem, a situação da rede de saúde da capital e do estado. O secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann, afirmou que 74% dos leitos na Grande São Paulo estão ocupados, mas que essa ociosidade é maior no interior –– o índice é de 53% de ocupação. Já as vagas de enfermagem têm taxa de 63% de preenchimento.
No Rio de Janeiro, os hospitais têm dificuldades para realizar novas internações. Dezenas de pacientes estão sendo transferidos diariamente para unidades do interior –– algumas a mais de cem quilômetros da capital. A ocupação das UTIs disponíveis beira os 80%. A Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou, ontem, que a taxa de ocupação na rede estadual é de 66% em leitos de enfermaria e 78% nos de UTI.