Brasil

Flexibilizar depende da saturação



A taxa de ocupação do sistema de saúde foi o principal parâmetro apontado pelo Ministério da Saúde quando tratou pela primeira vez sobre a possibilidade da transição do distanciamento social ampliado para o seletivo. No início deste mês, a pasta recomendou a mudança a partir de 13 de abril somente para municípios e estados nos quais a ocupação de leitos não fosse maior do que 50% da capacidade do sistema de saúde local.

Outro requisito apontado nas recomendações foi a garantia de equipes de saúde e de equipamentos (leitos, equipamentos de proteção individuais e testes laboratoriais) suficientes para a demanda de atendimentos. Na ocasião, o Ministério da Saúde, ainda chefiado por Luiz Henrique Mandetta, alertou que o controle da pandemia em um sistema de isolamento seletivo é “mais difícil”.

“Países como o Reino Unido começaram a fazer essa medida e tiveram que recuar diante da aceleração descontrolada de casos sem o suporte do sistema. Torna-se temerário sem as condicionantes mínimas de funcionamento: leitos, respiradores, EPIs, testes laboratoriais e recursos humanos”, dizia o boletim emitido pela pasta com o alerta para a flexibilização.

Por outro lado, o documento afirmou que, quando garantidos os condicionantes, as vantagens são “a retomada da atividade laboral e econômica, além da criação gradual de imunidade de rebanho de modo controlado e da redução de traumas sociais em decorrência do distanciamento social”.

Hospitalização

Conforme boletim da Saúde de anteontem, o Brasil já registrou 366% mais hospitalizações por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) em 2020 do que em 2019. O dado sugere um largo número de pacientes da Covid-19 sem diagnóstico. Na semana epidemiológica 13, que acaba no fim de março, foram 11.797 internações em 2020, ante 1.123 no ano passado. Cerca de 9 mil casos desta semana ainda estavam em investigação até segunda-feira passada. O Ministério promete ter 46,2 milhões de exames na crise, mas só entregou 2,5 milhões até agora aos estados. Países que tiveram êxito no combate à doença, como a Coreia do Sul, fizeram a testagem em massa. (MEC e MN)