Rebaixada para a Série B, a Chapecoense não para de acumular prejuízos três anos depois do acidente aéreo que matou 71 pessoas. Em meio às arrastadas negociações de indenização, a diretoria oficializou acordo para redução salarial de jogadores e comissão técnica em 25%. O pagamento do direito de imagem sofreu corte maior, de 50%. A medida foi tomada por causa da diminuição de receitas.
“A Associação Chapecoense de Futebol comunica, de forma oficial, o acordo para redução salarial de 25% na CLT para o mês de maio e 50% no direito de imagem referente a março. A medida se aplica para comissão técnica e grupo de jogadores”, diz a nota oficial do clube catarinense.
O encontro que definiu a medida contou com as presenças do presidente Paulo Ricardo Magro, do vice-presidente de futebol Cezar Antonio Dal Piva e de Pablo Dávi, vice-presidente de Marketing e Patrimônio. Os jogadores foram representados pelo capitão Alan Ruschel, pelo goleiro João Ricardo e pelo zagueiro Kadu. A Chapecoense está em férias desde 1º de abril. A pausa se estenderá, pelo menos, até o dia 30. O Campeonato Catarinense foi paralisado em 15 de março, após o encerramento da primeira fase. Após passar a maior parte do tempo na zona de rebaixamento do Estadual, o time de Chapecó conseguiu se classificar às quartas de final e, com a oitava e última vaga, enfrentará o líder Avaí.
Azulão
O drama do São Caetano é pior. Marcado pela morte em campo do zagueiro Serginho, o time abriu mão de disputar a Série D do Brasileirão devido a questões financeiras e deverá ser substituído pelo São Bernardo.
Em nota oficial, o clube do ABC lamentou a necessidade que levou à decisão e explicou que as incertezas que envolvem o futebol brasileiro e seu calendário foram responsáveis por sua desistência. “Esta foi uma medida bastante pensada e extrema, que, infelizmente, precisou ser tomada em decorrência dos problemas e de todas as incertezas que envolvem o futebol brasileiro e o seu calendário de competições”, informa o time no documento.
O São Caetano ainda afirmou que prefere “honrar compromissos” e “preservar a saúde financeira do clube” em vez de ampliar dívidas por causa da paralisação do futebol. “Queremos, desta forma, preservar a saúde financeira do clube em um momento de grande dificuldade para honrar compromissos já estabelecidos com jogadores, comissão técnica e todo o quadro de funcionários”, concluiu.
A equipe do ABC paulista integraria a quarta divisão do campeonato nacional. O São Caetano, no entanto, já esteve entre os grandes clubes do Brasil. Em 2000 e 2001, por exemplo, terminou o Campeonato Brasileiro na segunda colocação - perdeu a decisão para o Vasco e Athletico-PR, respectivamente. Em 2002, chegou à final da Copa Libertadores. Na ocasião, foi derrotado pelo Olímpia, do Paraguai.