Brasil

Temor de infecções de Covid-19 entre indígenas venezuelanos no Pará

As autoridades brasileiras não descartam mais casos

A morte de um indígena venezuelano Warao e o contágio de uma criança da mesma etnia pela Covid-19, em Belém, acenderam o alerta sobre o risco de infecção entre os nativos venezuelanos que vivem em um abrigo da capital paranaense. As autoridades brasileiras não descartam mais casos. Estima-se que 800 indígenas venezolanos waraos estejam em Belém, acolhidos em quatro abrigos, dois mantidos pelo governo do Pará e dois pela prefeitura. A Fundação Papa João (Funpapa) comprometeu-se em alojar os indígenas em novo abrigo. No entanto, somente serão transferidos aqueles indivíduos que tiverem respeitado o período de quarentena. O Exército brasileiro foi solicitado a higienizar o novo alojamento.

Em entrevista ao Correio Braziliense, Maria Teresa Belandria, embaixadora da Venezuela designada pelo presidente autoproclamado Juan Guaidó, confirmou a morte do indígena, de 62 anos.
 
"Também há uma bebê da etnia Warao, de 2 anos, hospitalizada com a doença, em situação estável. Há uma preocupação natural, sobretudo pela forma de vida dos warao, que têm características culturais no modo como se relacionam e como vivem que complicam a situação. Isso inclui a higiene e a lavagem frequente das mãos, além do distanciamento social. Eles têm sua própria cultura e seus costumes", afirmou. 

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Segundo ela, as autoridades de Belém e de Manaus fazem o necessário para mitigar os efeitos de contágio do novo coronavírus e isolar o restante dos indígenas  Warao, impedindo a propagação da doença.
 
"Não é fácil, em virtude dos costumes. As mães waraos vivem muito apegadas aos filhos e não se movem sem eles.  Precisam entender que devem se separar, ainda que guardar distância não seja fácil. Confiamos no trabalho das autoridades brasileiras e estamos em contato permanente com elas", acrescentou a embaixadora.