Correio Braziliense
postado em 16/04/2020 14:29
Relatório da rede Oxfam estima que 2,5 milhões de brasileiros fiquem desempregados em decorrência do novo coronavírus. De acordo com o estudo, meio bilhão de pessoas em todo o mundo “podem ser empurradas para a pobreza caso não sejam realizadas ações urgentes para ajudar países em desenvolvimento a promoverem proteção social e econômica e fortalecimento de seus sistemas de saúde”.Na manhã desta quinta-feira (16/4), a Oxfam Brasil, promoveu um encontro virtual com especialistas para tratar sobre a crise do coronavírus e direitos humanos. Isadora Salomão, relatora nacional sobre Austeridade e Seguridade Social da Plataforma Dhesca, pontuou a importância de se falar das pessoas que sofrem com a pandemia no Brasil. “A gente coloca o debate sobre os direitos humanos, porque o isolamento não tem que ser e não pode ser um privilégio”, argumentou ao refletir sobre a parcela da população que sofre com necessidades básicas ao não poder sair de casa para trabalhar.
O sociólogo e economista Marcelo Medeiros diz que a crise tornou claro “que soluções coletivas são bem mais importantes, práticas e eficientes do ponto de vista econômico do que as soluções individuais”. Segundo o especialista, estudos comprovam que a maior parte do custo total de uma epidemia são as ações individuais na tentativa de travar a doença. “Esses custos poderiam ser minimizados muito se, ao invés de assumidos individualmente, eles fossem assumidos coletivamente”.
Para Isadora Salomão, o novo coronavírus deixou nítida a desigualdade no país: “Fruto do nosso sistema escravocrata, colonialista e faz com que a gente saiba quem normalmente paga a conta da crise, faz com que a gente sempre seja o sujeito a responder à crise com muito mais esforço, com muito mais exploração e com muito mais arrocho em relação a nossas próprias vidas”.
Katia Maria, diretora-executiva da Oxfam Brasil, comenta que as propostas de ajuste fiscais atuais não tocam na “desigualdade do nosso sistema tributário”. “A preocupação em construir uma sociedade que integre todas e todos não está colocada”, pontua.
Saiba Mais
Ainda de acordo com Medeiros, a partir de agora, mudanças, epidemias e crises serão mais comuns e evidentes. “O mundo está altamente globalizado, nós não temos um bom sistema de controle epidemiológico”, ponderou. O mundo altamente globalizado e as mudanças climáticas que serão “cada vez pior”, para esse cenário. “As condições para que o mundo se torne cada vez mais incerto estão dadas”, conclui.
*Estagiária sob supervisão de Fernando Jordão
*Estagiária sob supervisão de Fernando Jordão
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